Governo "profundamente preocupado" pede suspensão do plano israelita para ocupação total de Gaza
Numa nota publicada na rede social X, o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirma que a decisão de Israel "põem em causa os esforços para o cessar-fogo e agrava a tragédia humanitária"
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O Governo afirmou esta sexta-feira estar "profundamente preocupado" com o plano israelita para a ocupação total da cidade de Gaza e, por isso, pede a sua suspensão.
Numa nota publicada na rede social X, o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirma que a decisão de Israel "põe em causa os esforços para o cessar-fogo e agrava a tragédia humanitária".
Pede, por isso, que o plano seja suspenso e dê lugar ao "cessar-fogo, libertação dos reféns e entrada urgente de ajuda" humanitária na Faixa de Gaza.
A Alemanha anunciou esta sexta-feira a suspensão da exportação de armas que Israel poderia usar em Gaza, após o anúncio do plano israelita para o controlo da cidade palestiniana.
O gabinete de segurança de Israel aprovou esta sexta-feira de madrugada uma proposta do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para a ocupação militar da cidade de Gaza, no norte do enclave.
O plano, que previa inicialmente a ocupação de toda a Faixa de Gaza, foi de imediato criticado por familiares de reféns israelitas, pela Autoridade Nacional Palestiniana e por vários Governos. A comunidade internacional tem demonstrado uma preocupação crescente com a situação dos mais de dois milhões de palestinianos em Gaza, onde uma avaliação apoiada pelas Nações Unidas alertou para a ameaça de uma “fome generalizada”.
Trata-se de uma nova fase da guerra em curso na Faixa de Gaza desencadeada pelo ataque em Israel do grupo extremista Hamas de 7 de outubro de 2023, com um balanço de dezenas de milhares de mortos e acusações de genocídio.
A ofensiva israelita em curso em Gaza seguiu-se ao ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023. O ataque do Hamas causou cerca de 1200 mortos e mais de 200 reféns, com a resposta militar israelita a provocar mais de 61 mil mortos em Gaza, segundo balanços das duas partes.
A ofensiva israelita causou também uma grave crise humanitária em Gaza, com denúncias de mortes de crianças à fome, e a destruição de grande parte das infraestruturas do território palestiniano.