Governo “quer continuar a governar” e reforça apelos à oposição. "Presidenciável" Centeno foi visado
Mário Centeno é o nome que corre nos corredores socialistas para uma candidatura ao Palácio de Belém
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A dois dias da primeira reunião entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, o Governo redobra os pedidos para a viabilização do Orçamento do Estado. Não há apelos ao voto, há sim uma mensagem: “deixem o Governo trabalhar”. No Parlamento, os “brilharetes orçamentais” de Mário Centeno também foram visados, numa altura em que o atual governador do Banco de Portugal tem sido a apontado à Presidência da República.
O debate era de urgência e centrava-se no “Estado do Estado”, mas os deputados acabaram por discutir, principalmente, o estado do Parlamento. Primeiro, sobre as reuniões que têm juntado o Governo e a oposição, que culminou com um novo apelo do Governo.
“O Orçamento do Estado será uma ferramenta para a melhoria da vida das pessoas. O apelo que aqui o Governo quer deixar é simples, direto e muito objetivo: deixem-nos governar, deixem-nos continuar a melhorar a vida dos portugueses”, disse o ministro.
“Melhorar a vida dos portugueses” é o que o Governo tem feito ao longo dos últimos meses, na opinião de Pedro Duarte, em contraponto com as políticas dos governos de António Costa. Os primeiros anos foram com uma “geringonça”, mas o governante prefere chamar-lhe “frente de esquerda unida”. E os “brilharetes orçamentais” de então serviram para apontar a Mário Centeno, quem sabe, possível sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa.
“Oito anos em que se sacrificou o verdadeiro interesse dos portugueses, das pessoas, nomeadamente, a terem acesso a serviços públicos de qualidade. Em benefício de cativações e de brilharetes estatísticos que foram certamente relevantes para a carreira política do então ministro das Finanças, mas que saíram caro aos portugueses”, atirou.
Mário Centeno é o nome que corre nos corredores socialistas para uma candidatura ao Palácio de Belém, local onde o PS já não senta um Presidente há quase 20 anos. À direita, Luís Marques Mendes tem sido o candidato apontado.
Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos sentam-se à mesa, pela primeira vez, para discutirem o Orçamento do Estado, numa reunião que está agendada para a próxima sexta-feira, depois de uma troca de comunicados entre São Bento e o Largo do Rato.