Governo quer menos burocracia nas escolas e lança desafio a docentes. Fenprof e FNE querem saber qual é próximo passo
Fernando Alexandre desafiou os professores a fazerem propostas que contribuam para reduzir a sobrecarga administrativa que afeta as escolas públicas. A Fenprof e a Federação Nacional de Educação consideram abordagem positiva, mas questionam pelo que se segue
Corpo do artigo
O Governo quer menos burocracia nas escolas públicas a partir de setembro e desafiou professores e pessoal não docente a contribuírem com sugestões através de um formulário disponível até 9 de julho. A Federação Nacional de Professores (Fenprof) e a Federação Nacional de Educação (FNE) consideram a abordagem positiva, mas mostram-se preocupados por não saberem o que vai mudar em concreto.
O formulário "Simplificar e Desburocratizar" está disponível na plataforma SIGRHE (Sistema Interativo de Gestão de Recursos Humanos da Educação), de acordo com informação divulgada pelo Ministério da Educação na rede social Instagram.
Numa mensagem-vídeo, na mesma rede social, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, assegura que "o Governo está empenhado em digitalizar e simplificar processos dentro das escolas públicas já a partir de setembro", assinalando que o executivo quer professores "livres para ensinar e não sobrecarregados com papéis que pouco contam para o sucesso educativo".
"Conto com o vosso envolvimento para, juntos, fazermos a diferença no combate à burocracia", exortou o ministro, esperando a tutela reunir "os contributos e sugestões dos docentes e pessoal não docente para a simplificação e digitalização dos procedimentos necessários às rotinas diárias de funcionamento das escolas".
"Simplificar, reorganizar e eliminar processos que não servem à aprendizagem dos alunos nem contribuem para o bem-estar dos professores e do pessoal não docente", reforçou Fernando Alexandre.
Numa carta dirigida aos professores, via Direção-Geral da Administração Escolar, o ministro lançou o mesmo desafio e agradeceu-lhes "o empenho ao longo de todo o ano letivo, fundamental para o sucesso dos alunos".
Ouvido pela TSF, o secretário-geral da Fenfrof, José Feliciano da Costa, disse que os “professores veem com bons olhos formas de desburocratizar o seu trabalho”, mas alertou que isto "é um e-mail".
“No concreto, não vimos nada ainda. Não percebemos o que vai acontecer e, olhando para o Governo, deixa-nos é até muito preocupados”, atirou.
José Feliciano da Costa quer saber de que forma é que os professores podem contribuir, uma questão também partilhada pela FNE.
"Querer ouvir (...) é positivo, mas importa perceber o que se vai fazer com essa informação e que medidas vão ser colocadas em prática", sublinhou Pedro Barreiros, da FNE.
