Governo rejeita "politiquice" e pede à oposição que "pense no país" ao invés de "interesses partidários"
No arranque das jornadas do CDS, os centristas deixaram o desafio ao PS para que acompanhe a descida do IRC
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O Governo não está disponível para a “politiquice” e desafia os partidos da oposição a deixarem de fora os “interesses partidários”. A mensagem é do ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, no arranque das jornadas parlamentares do CDS-PP, um partido que “está ao nível dos maiores”. Também os centristas falam para fora, apelando ao apoio do PS para a descida do IRC.
O momento é simbólico, com umas jornadas parlamentares que marcam não só o regresso do CDS-PP ao Parlamento, mas também ao Governo. Os anúncios da morte do partido “foram prematuros, na opinião do ministro Pedro Duarte, que pede até à oposição que façam política ao mesmo nível dos centristas.
O arranque das jornadas parlamentares do CDS-PP ficam marcadas, no entanto, pelo discurso para os partidos da oposição. Foi Paulo Núncio a dar o tiro de partida, com Pedro Duarte, mais tarde, a atirar à “politiquice” nos corredores parlamentares.
“Alguns queixam-se que nós não andamos no corredor a negociar votos para cá e votos para lá. Na politiquice. Para isso não temos muito jeito, de facto. Agora, as medidas estruturantes, políticas públicas para o país, que resolvam a vida das pessoas, nisso estamos não só disponíveis, mas muito interessados em ter com a oposição”, sublinhou o ministro dos Assuntos Parlamentares.
Pedro Duarte é o responsável pelo diálogo parlamentar com os partidos, num momento em que o Governo está longe da maioria absoluta. E o ministro deixa, por isso, um apelo à oposição: sejam com o CDS-PP.
“Olhem para o CDS e vejam como um partido consegue ter a sua identidade, tendo uma atitude e uma postura construtiva, pensando no país e não nos seus interesses partidários”, acrescentou.
Uma mensagem que segue para o Largo do Rato, mais concretamente, para o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos. Numa altura em que a descida do IRC para as empresas, prometida pelo Governo, ainda faz eco.
A medida precisa do apoio maioritário no Parlamento, ao que tudo indica, não fará parte do Orçamento do Estado, e o PS já avisou que está frontalmente contra. Nem por isso o líder parlamentar centrista, Paulo Núncio, deixa de apelar aos socialistas para que se coloquem ao lado do Governo para a descida do imposto.
“Tão importante como reduzir o IRC é garantir a estabilidade fiscal dessa redução. Daí que seja tão importante que o maior partido da oposição faça parte dessa reforma, para garantir confiança e segurança aos investidores de que esta reforma é estável e irá permanecer depois do atual ciclo político”, apelou Paulo Núncio.
Paulo Núncio acrescentou ainda que “os portugueses não vão aceitar uma nova crise política”, notando que é do interesse do país que “o PSD e o CDS continuem a Governo”. Daí o apelo à “responsabilidade” para os partidos da oposição.