"Governo tem instrumentalizado forças de segurança." Santos Silva diz que se deve "admoestar quem sugere limpar políticos"
Em entrevista à TSF, o socialista deixa críticas ao Governo, após a conferência de imprensa desta quarta-feira com as forças de segurança. Quanto ao que se passa no Parlamento, Santos Silva entende que se deve ser radical na rejeição de quem insinua que quer limpar adversários políticos, como sugeriu o líder do Chega
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Augusto Santos Silva considera que o Governo "tem abusado em demasia da instrumentalização para fins de comunicação política de forças policiais e de operações policiais". Em entrevista à TSF, o antigo presidente da Assembleia da República faz questão de vincar também que "tem de ser admoestado" quem disser que vai limpar os adversários políticos.
"Lamento muito a fotografia desta semana com o senhor primeiro-ministro ladeado por duas ministras e com o comandante da GNR, o diretor da PSP, o diretor da PJ ao lado. Não me parece bem confundir o plano político, pelo qual o Governo responde perante os cidadãos e os deputados, e o plano operacional das forças de segurança", realça Augusto Santos Silva.
Para o antigo presidente da Assembleia da República "é preciso que as questões de segurança sejam enfrentadas, não para ganhar votos ou popularidade à hora do telejornal, mas sim para cumprirem a sua função, que é assegurar a ordem pública democrática".
"Limpeza do sistema político"
Ainda no rescaldo do que aconteceu na cerimónia do 25 de novembro, Augusto Santos Silva sublinha na TSF que "tem ser admoestado" quem ameaça que vai limpar o adversário político.
No Parlamento, André Ventura referiu-se esta semana a uma "limpeza do sistema político" na sessão do 25 de Novembro.
O antigo presidente da Assembleia da República entende que se deve ser "radical" com esse tipo de atitudes. "O Estado ainda tem o monopólio da força legítima e isso significa que não pode haver milícias nem paramilícias", atira.
