Governo tem tido posição "sensata" sobre reconhecimento do Estado da Palestina: não está "alheio ao que se passa", nem é "precipitado"
O chefe de Estado sublinha que só "existe uma política externa", pelo que o Governo transmite ao Palácio de Belém, semana após semana, a "ponderação que está a ser feita" e o Presidente, em volta, "diz exatamente o que pensa sobre isso"
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O Presidente da República defende que o Governo tem tido, sobre o possível reconhecimento do Estado da Palestina, uma posição "muito prudente e sentada", para que se possa dizer que não há "nem o estar alheio ao que se passa no mundo, nem o ser precipitado nas decisões que se toma".
Tem havido da parte do Governo um processo muito prudente e sensato e sempre vivido com parceiros europeus e outros para que se possa dizer que não há nem o estar alheio ao que se passa no mundo, nem o ser precipitado nas decisões que se toma.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas após o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter anunciado esta quinta-feira que vai ouvir o chefe de Estado e os partidos políticos com representação parlamentar com vista a “considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano” na Assembleia-Geral das Nações Unidas em setembro.
O chefe de Estado sublinha que existe uma única política externa, pelo que o Governo transmite ao Palácio de Belém, semana após semana, a "ponderação que está a ser feita" e o Presidente, em volta, "diz exatamente o que pensa sobre isso".
Garante, por isso, que os órgãos de soberania portugueses estão "particularmente sincronizados sobre esta matéria".
"Não há uma política externa do Presidente, uma política externa do parlamento, uma política externa do Governo, há uma política externa, é a política de Portugal", clarificou.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta ainda que, em relação ao reconhecimento do Estado da Palestina, o país está numa "fase em que faz a análise do que aconteceu e do agravamento da situação vivida", partindo disso para "seguir determinado caminho" se as "circunstâncias estiverem preenchidas".
Marcelo, que falava a partir da Baje das Lajes, nos Açores, admite que o local escolhido para falar aos jornalistas não foi escolhido "ao acaso". "É um sinal político que toda a gente percebe", afirma.
Explica que a Região Autónoma dos Açores ganha, num contexto mundial de vários conflitos e guerras, um "valor acrescido" devido à sua localização, salientando a "importância estratégica" da base, localizada no meio do Atlântico.