"Gravíssimo" e "lamentável": Livre, BE, PCP e JPP exigem esclarecimentos a ministro da Educação sobre caso de vagas em Medicina
Na TSF, os partidos consideraram que a situação põe em causa a confiança com os portugueses
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O Livre, o Bloco de Esquerda (BE), o PCP e o Juntos Pelo Povo (JPP) consideram “gravíssimo” e “lamentável” que o reitor António Sousa Pereira tenha recebido pressões de várias pessoas “influentes e com acesso ao poder” para abrir mais vagas no curso de Medicina. Os partidos políticos exigem esclarecimentos do ministro da Educação.
Ouvido pela TSF, Filipe Sousa, do JPP, disse que, caso o ministro Fernando Alexandre não preste esclarecimentos suficientes, o partido pretende avançar com um pedido de audição.
Também o Livre disse que a notícia da pressão feita por parte do ministro da Educação ao reitor da Universidade do Porto é uma situação “grave” e que põe em causa a confiança com os portugueses.
O Bloco de Esquerda também vai chamar o reitor da Universidade do Porto e o ministro da Educação para esclarecimentos. Em declarações à TSF, Joana Mortágua sublinhou que Fernando Alexandre está numa situação delicada, tendo em conta às decisões que tomou nos últimos meses.
O ministro da Educação, Ciência e Inovação recusou esta sexta-feira ter pressionado o reitor da Universidade do Porto a admitir candidatos ao curso de Medicina de forma irregular, nem de ter sugerido qualquer solução que violasse enquadramento legal em vigor.
"O Ministro da Educação, Ciência e Inovação nunca pressionou, de forma alguma, o Reitor a admitir aqueles candidatos de forma irregular, nem sugeriu qualquer solução que violasse o enquadramento legal em vigor. É, por isso, falsa a acusação do Reitor da Universidade do Porto", segundo um comunicado divulgado hoje pelo Ministério.
O jornal Expresso noticia hoje que o reitor da Universidade do Porto afirmou ter recebido pressões de várias pessoas "influentes", sem querer adiantar nomes, para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no curso especial de acesso para licenciados noutras áreas.
O assunto, escreve o Expresso, chegou ao ministro da Educação, que ligou ao reitor a manifestar disponibilidade para que se criassem vagas extraordinárias de modo a que estes alunos (que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no concurso especial de acesso para licenciados noutras áreas) tivessem lugar na Faculdade de Medicina.
"O ministro gostaria que isso fosse feito, mas eu disse-lhe: 'Eu não o faço. Eu cumpro a lei. Se o senhor ministro entende que deve ser de outra maneira, dê-me a ordem e eu executo-a'", disse o reitor ao Expresso.
