Greve na CP. "Negociação já devia ter sido feita há mais tempo para garantir que algum avanço era dado"
Em dia de greve de comboios, André Ventura admite também a privatização da CP - Comboios de Portugal ou uma parceria público-privada
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O presidente do Chega, André Ventura, considerou esta quarta-feira que o Governo deveria ter começado a negociar mais cedo com os sindicatos que representam os trabalhadores do setor ferroviário, podendo evitar a greve, e admitiu a privatização da CP.
Em declarações aos jornalistas em frente à estação de comboios de Aveiro, o líder do Chega afirmou que “a negociação já devia ter sido feita há mais tempo para garantir que algum avanço era dado, mas, ao mesmo tempo, que o Governo já tinha definido, porque podia ter definido, as métricas e a forma de reembolso quando os cidadãos não têm comboio”.
“Até é estranho que o Governo, noutros setores, optou até por fazer uma negociação mais atempada e aqui deixou simplesmente as coisas correrem. Provavelmente porque sentiu que não havia assim tantos votos em disputa, num setor que não é assim tão numeroso, isso é uma falha grave até de cálculo político, porque podem não ser muitos em número, mas têm um impacto social de infraestrutura muito grande e isso foi um erro que hoje estamos a pagar hoje, no dia de hoje, e que é a responsabilidade do Governo”, defendeu.
Em dia de greve de comboios, André Ventura admitiu também a privatização da CP - Comboios de Portugal ou uma parceria público-privada.
“Se a CP não conseguir transmitir ao país e ao público a solidez financeira que precisa, isto é, por outras palavras, dizer às pessoas que consegue prestar um serviço sem lhes gerar prejuízos gigantescos, pode ser uma solução. Se isso não for possível, não”, assinalou, considerando que “mais importante do que ser público ou privado é o serviço ser garantido”.
A caravana do Chega dedica o quarto dia da campanha para as eleições legislativas de 18 de maio ao distrito de Aveiro. O dia arrancou com uma arruada, das menos concorridas até agora.
A circulação de comboios está parada em todo o país, segundo a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), que aponta uma adesão de 100% à greve de trabalhadores convocada por vários sindicatos.
A greve dos trabalhadores da CP, que se prolonga até 14 de maio, terá um especial impacto nos dias de hoje e quinta-feira devido ao maior número de sindicatos (14) que aderiram à paralisação nestes dias.
A esta greve junta-se, hoje e quinta-feira, a paralisação convocada pelo Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) e, entre 07 e 14 de maio, a convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).
