"Há ciberataques que são provenientes de atores estatais que têm por objetivo a soberania de Portugal"
"É evidente que agora, neste momento, dizer quais são os setores mais frágeis ou mais fortes seria dar uma oportunidade a que os setores que eu indicasse mais frágeis pudessem ser imediatamente atacados", afirma o diretor do SIS
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O diretor dos Serviços de Informações de Segurança (SIS), Neiva da Cruz, disse esta segunda-feira que a soberania de Portugal é alvo de ciberataques provenientes de outros Estados.
"Há ataques que são provenientes de atores estatais que têm por objetivo a soberania de Portugal, os órgãos de soberania nacionais, desse lado há normalmente grupos estatais", afirma o diretor do SIS num discurso durante a conferência "Novo Regime Jurídico da Cibersegurança em Portugal", promovida pelo Diário de Notícias.
Neiva da Cruz recusa revelar quais os setores mais vulneráveis: "Lutamos contra ameaças que atacam deliberadamente o Estado português, a segurança interna, a democracia e o Estado de direito constitucionalmente estabelecido. É evidente que agora, neste momento, dizer quais são os setores mais frágeis ou mais fortes seria dar uma oportunidade a que os setores que eu indicasse mais frágeis pudessem ser imediatamente atacados."
Segundo o diretor do SIS, "do lado dos privados, há normalmente grupos de 'ciber-delinquentes', cujo objetivo é provocar dano e obter ganhos financeiros", ainda que isso não signifique que os papéis não se invertam: "Não que quer de um lado, quer de outro, não haja delinquentes ao serviço dos Estados que atacam os setores públicos, como doutro lado, grupos estatais que atacam os setores privados."
Neiva da Cruz garante que SIS já fez centenas de ações de sensibilização sobre as ameaças à segurança informática e sublinha que essas ameaças são reais.