Se o acórdão do Tribunal Constitucional o permitir, o PSD quer trazer essa exigência de volta já no Orçamento para este ano. À esquerda, o Bloco revela que alguns dos beneficiados pela decisão do Tribunal Constitucional, votaram, no parlamento, a favor dos cortes nas pensões e nos salários dos funcionários públicos.
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No Fórum TSF, Pedro Filipe Soares, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, denunciou que "vários dos deputados" que pediram ao Tribunal Constitucional para verificar a constitucionalidade dos cortes nas subvenções anteriores a 2005, são os mesmos que "se levantaram para cortar salários e para cortar pensões".
Além disso, outros deputados desse grupo de 30 "recusaram dar a sua assinatura para, junto do TC, defender salários e defender pensões". Daí que Pedro Filipe Soares acuse uma "vontade de defender privilégios, quando faltou a vontade para defender os salários e as pensões", a que os trabalhadores têm direito.
Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, promete que os sociais-democratas vão "analisar com cuidado" o acórdão do Tribunal Constitucional para tentar perceber se é possível repor a obrigação de os deputados provarem que não têm rendimentos suficientes.
Os sociais-democratas querem perceber se há "margem para enquadrar novamente uma limitação sob condição de recursos". Se essa margem existir, Carlos Abreu Amorim não tem dúvidas de que isso será feito "já no próximo orçamento".
Também o CDS quer analisar o acórdão, mas Nuno Magalhães discorda que este tipo de subvenção deva estar dependente dos rendimentos. "Para isso, há outras prestações sociais iguais, de resto, para todos os cidadãos".
O líder parlamentar centrista sublinha que, em democracia, "nada é vitalício". E reafirmou críticas a algumas decisões dos juízes do Tribunal Constitucional, a quem falta, por vezes, alguma "ponderação".
Também no Fórum TSF, o PCP sublinhou que sempre foi contra as subvenções vitalícias dos políticos. António Filipe reconhece que a decisão do TC tem de ser respeitada, mas sublinha que os juízes não repuseram a existência das subvenções, que acabaram em 2005, durante o primeiro governo de José Sócrates.
O deputado comunista acentua que "nenhum dos atuais deputados vai beneficiar" delas. O Tribunal Constitucional considera é que "aquilo que foi retirado às pessoas que já estavam a receber antes de 2005, não pode ser retirado".