Habitação divide candidatos à Câmara do Porto: PSD defende "visão moderna", PS ao lado das rendas moderadas
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A habitação foi um dos temas do debate TSF/JN, esta sexta-feira, com sete dos candidatos Câmara do Porto. Entre elogios e críticas às medidas apresentadas pelo Governo, quase todos os candidatos, com exceção do social-democrata, concordaram na ideia de que faltam casas na cidade. A segurança e a mobilidade foram também temas em discussão.
Pedro Duarte, do PSD, quer abrandar a construção de novas casas: “Isto porquê? Porque não privilegiamos os edifícios. É uma visão moderna daquilo que é hoje em dia uma vida em cidade. Preferimos apostar nos espaços verdes, nos passeios mais largos, na limpeza das ruas e nos jardins infantis.”
Já o socialista Manuel Pizarro saudou as medidas apresentadas pelo Governo nos últimos dias, “que introduziu o conceito de renda moderada em vez de renda acessível”. “Coisa que eu, aliás, propus no meu programa Habitar no Porto, publicado no dia 10 de julho, reconhecendo isso mesmo. Pode ser agora se generaliza essa consciência”, disse.
"Acho inacreditável e nunca esperei sinceramente ouvir isto”, respondeu Sérgio Aires, do Bloco de Esquerda.
"Como é possível apoiar esta medida das rendas moderadas e até fazer uma comparação com aquilo que propõe? Vou dar um exemplo muito simples do que é que vai acontecer: alguém que tem uma casa arrendada por 900 euros neste momento e que já está muito acima do preço do que ela deveria ser, vai aumentá-la para 1200 euros. Aliás, até pode aumentar para 2200 euros e continuar a ter este benefício”, atirou.
O Bloco de Esquerda quer mais sete mil casas no mercado para fazer descer as rendas.
Já o Chega quer dar continuidade ao programa lançado pelo Executivo do Rui Moreira, mas não vai em leilões sobre quantas casas se faltam na cidade.
“Não é isso que as pessoas esperam. As pessoas precisam hoje, exatamente pelos dados que falaram, de soluções concretas. Temos muitas famílias do Porto em grandes dificuldades no fim do mês para conseguir cumprir as suas obrigações e, por isso, uma das nossas principais medidas é alargar o programa Porto Solidário, de forma a conseguirmos chegar a muito mais famílias e apoiar diretamente”, adiantou Miguel Corte-Real.
O Chega promete ainda menos burocracia para facilitar a construção.
O independente Filipe Araújo agradeceu os elogios ao programa lançado pelo Executivo, de que ainda é vice-presidente, e prometeu acelerar a construção. “Hoje temos 400 habitações disponíveis, 400 famílias que já vivem em rendas acessíveis. As famílias que lá moram nestas 400 habitações pagam, em média, cerca de 600 euros. Estas habitações que temos que criado queremos continuar. Daí as 1400 a 2000 casas.”
A candidata da CDU Diana Ferreira defendeu seis mil casas. “Não dizemos que têm de ser novas. Aliás, podemos até utilizar um conjunto dos edifícios devolutos já identificados na cidade do Porto, também aqueles que são desde logo municipais ou que sejam da administração pública, e mobilizar também esses mesmos edifícios para garantir.”
O Livre, por sua vez, quer que 30% do parque habitacional do Porto seja público.