Hora do Conselho Nacional do PSD "é a única que permite um debate sem restrições temporais"
Paulo Mota Pinto responde às críticas de que esta importante reunião do partido foi marcada para uma hora em que muitos estão ainda a trabalhar. Presidente da mesa acrescenta que considera uma hora "razoável" para um dia de semana.
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A hora escolhida para o Conselho Nacional extraordinário do PSD, no qual será votada a moção de confiança ao líder do partido, Rui Rio, foi esta segunda-feira alvo de críticas por parte do líder do PSD-Lisboa, Pedro Pinto. Segundo o líder da distrital, esta é uma hora de "bradar aos céus", isto porque grande parte dos membros do partido trabalham a essa hora.
À TSF, o presidente da mesa do Conselho Nacional do PSD revela que ainda não recebeu qualquer pedido formal para que se proceda à mudança da data e hora desta reunião. Paulo Mota Pinto garante que a reunião foi marcada para as 17h de forma a permitir o maior número de intervenções aos conselheiros.
"Houve, realmente, uma ou duas pessoas que prestaram declarações públicas sobre isso, pelo que vi, mas não recebi pedido nenhum. A hora marcada é a das 17h porque, como também já declarei publicamente, vai permitir que o maior número de pessoas presentes no Conselho fale com o menor número de restrições temporais possíveis. São 132 membros do Conselho, mais outros tantos participantes e se metade - ou até menos - falar cinco minutos, como é comum, rapidamente se atingem as seis ou sete horas de intervenções. É evidente que este Conselho Nacional não poderia ser à noite, para não ter votações e discussões às tantas, às 4h ou 5h da manhã", explica o presidente da mesa do Conselho Nacional.
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A intenção seria realizar esta reunião no fim de semana mas esse cenário é inviabilizado pela realização de um congresso do partido na Madeira, pelo que a hora escolhida é "perfeitamente razoável".
"A ideia era fazê-lo no fim de semana, só que não pode ser no sábado porque há um congresso do PSD na Madeira, portanto foi marcado para as 17h para permitir às pessoas que trabalhem de manhã e ao início da tarde e depois - as que moram perto - vão ao Conselho. É uma hora perfeitamente razoável nesse sentido", explicou o presidente da mesa do Conselho Nacional, Paulo Mota Pinto.
O líder da distrital de Setúbal, Bruno Vitorino, criticou também a data e hora escolhidas para a realização desta reunião, apelando ao "bom senso".
Paulo Mota Pinto responde. "O bom senso é a coisa mais bem distribuída, como sabemos. Eu não respondo, há quem ache que é bom senso a essa hora, há quem ache que é a outras horas. Como digo, parece-me que esta hora é perfeitamente razoável e é mesmo a única que permitiria, a um dia de semana, ter um debate sem restrições temporais. O que é expectável é que a votação será só quando não houver mais inscrições, ou seja já durante a noite. Não há nada que impeça - e até me parece bastante recomendável ou mesmo necessário, neste caso - que se inicie durante a tarde", reforçou, garantindo que não recebeu qualquer pedido formal para alterar a data e hora da reunião. "De qualquer modo não poderia ser feita essa alteração, uma vez que o prazo mínimo já foi ultrapassado", esclareceu.
Por entre as críticas, Paulo Mota Pinto foi também desafiado a revelar se vai permitir que a votação da moção de confiança a Rui Rio seja, ou não, feita por voto secreto. "Sobre o decurso da reunião ou a condução dos trabalhos eu não digo nada a não ser perante o Conselho Nacional reunido."
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