Uma troca de emails no grupo parlamentar depois do debate em que Montenegro foi homenageado por Ferro Rodrigues aponta "vergonha", "falta de respeito" e "falha grave" da bancada social-democrata.
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Vários deputados do PSD, entre os quais o antigo líder da bancada parlamentar, Hugo Soares, teceram, esta quarta-feira, duras críticas ao silêncio da bancada social-democrata no momento em que, durante o debate quinzenal, o presidente da Assembleia da República (AR), Ferro Rodrigues, deu a palavra aos partidos para homenagear Luís Montenegro, no último dia do deputado no parlamento.
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"Vergonha", "falta de respeito", "falha grave". As críticas foram subindo de tom, depois de quatro minutos antes das sete da tarde, o deputado Miguel Santos ter enviado um primeiro e-mail a todo o grupo parlamentar, lamentando que, no momento certo, o elogio a Montenegro só tenha surgido da bancada do CDS.
Na mesma linha, Marques Guedes apontou "o fim das praxes parlamentares" na atual legislatura, depois de recordar que "já tinha sido assim no último dia de Pedro Passos Coelho". Outro colega de bancada, Luís Vales sublinhou a "vergonha" pelo comportamento de quase todos os partidos, mas foi pelas palavras de Hugo Soares que a bancada social-democrata (e o atual líder) surgiram como alvo direto.
Sem mencionar o nome de Fernando Negrão, o deputado que o antecedeu, reconheceu estar "indignado" e considerou uma "falha grave o PSD não ter usado da palavra naquela circunstância como se impunha", salientando ainda que, esta quarta-feira, ele, "seguramente" tal como muitos colegas, "não se sentiu representado com tamanha distração".
Paula Teixeira da Cruz também se juntou aos críticos: "a grandeza mede-se nos momentos difíceis. Não a vi", escreveu. E, dirigindo-se a Luís Montenegro, agradeceu-lhe e assegurou que "a história dirá o quão difícil foi a tarefa" que cumpriu na liderança dos deputados.
Recados que Fernando Negrão, como todos no grupo, foram recebendo, um por um. Ecos de um debate quinzenal em que o líder parlamentar de Rui Rio só se dirigiu a Montenegro já depois de ter começado a discussão com o primeiro-ministro, António Costa.
"Uma frase de circunstância", lamentam alguns deputados contactados pela TSF, que deixam no ar a dúvida: "Resta saber se foi de propósito".