Hugo Soares debate na rádio e fura com "recato" que pediu aos deputados do PSD: "É contraditório"
Hugo Soares pediu aos deputados do PSD para não criarem “ruído” até à reunião entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos
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Menos de 24 depois de ter pedido aos deputados do PSD para não participarem em debates na rádio ou na televisão, Hugo Soares dá o dito por não dito e apresenta-se no programa “Entre Políticos” da Antena 1. Foi uma exceção, garantiu, porque o compromisso já estava assumido, mas não se coibiu de acusar o PS de “brincar à política”.
Na mensagem enviada aos deputados do PSD, na quarta-feira, Hugo Soares pedia que os debates “na rádio ou televisão” ficassem em suspenso “até haver a reunião entre o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS”.
Apresentou-se na rádio pública “porque o convidaram”, num compromisso já assumido, e garantiu no programa que não passou de “uma exceção” até sexta-feira.
Uma exceção que, ainda assim, para um deputado do PSD ouvido pela TSF “é contraditória”. Na mensagem de ontem, Hugo Soares garantia que o próprio líder parlamentar estava incluído no dever de recato: “Onde eu me incluo, evidentemente”.
Hugo Soares pediu aos deputados do PSD para não criarem “ruído”, que pudesse contribuir como argumento para a oposição não aprovar o Orçamento. “Creio que é um sinal de maturidade política e de recato para não criarmos ruído desnecessário que possa contribuir para que os partidos da oposição usem como desculpa para não atingirmos o desiderato que o país e nós queremos: a aprovação do OE para 2025”, escreveu.
O debate de Hugo Soares na rádio pública foi com a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, que numa troca de argumentos foi acusada de “querer o melhor de dois mundos”. Por um lado, o chumbo do Orçamento, por outro, a não-dissolução do Parlamento. Na opinião de Hugo Soares, “é brincar à política”.
O tom com que o líder parlamentar do PSD se apresenta nos debates já é caraterístico, e ficou patente em vários momentos do programa. Uma “exceção” ao recato que o próprio pediu aos deputados até à reunião entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos.