IL quer setor social na Habitação e desafia Governo a "estudo profundo" sobre comparticipações
Além das creches e da Saúde, a Iniciativa Liberal quer também que o setor social receba comparticipações do Estado para providenciar respostas ao problema da Habitação. De visita à União das Misericórdias, Rui Rocha defendeu ainda que o aumento do salário mínimo não é a solução para combater a pobreza.
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Se a pobreza é a grande derrota assumida por Pedro Nuno Santos, como lembra Rui Rocha, a verdade é que os liberais têm votado contra, no Parlamento, quando a proposta é subir salários. "Porque nós não entendemos que isso deva ser feito por decreto, nos termos em que é feito", explica o líder da Iniciativa Liberal, em visita à União das Misericórdias Portuguesas, em Lisboa, onde o tema esteve em cima da mesa.
Alegando "diferenças" entre os vários setores, Rui Rocha defende que cada um deles defina as condições que tem para subir salários. "A Iniciativa Liberal é um partido de salários máximos e não de mediocridade", defende.
E o que pensa o presidente da IL sobre os salários nestas misericórdias, onde os trabalhadores ganham, em maioria, o mínimo - e têm , por isso, uma greve agendada para 15 de março? A culpa, aponta, é do Estado. "Há uma degradação daquilo que são as comparticipações dos serviços prestados. Se o Estado não paga ao setor social aquilo que é justo e devido, está a asfixiar as entidades do setor social e a impedir que possa praticar salários diferentes."
O líder dos liberais deixa, por isso, um desafio ao Governo, para depois de 10 de março: "Faça um estudo abrangente. Um estudo profundo para se fazer uma avaliação da relação entre o setor social e o Estado, que se identifique onde é que essa relação é desequilibrada e que se avance para uma fórmula justa de relação".
Assim, defende, será possível delegar mais responsabilidades do setor público ao setor social - na Saúde, nas creches, e também na Habitação. "As Misericórdias e o setor social têm a capacidade de poder recuperar edifícios vazios do Estado e pôr em modelos de renda acessível", frisa. Uma ideia de uma parceria público-social para disponibilizar casas a quem precisa que, adianta Rui Rocha, saiu deste encontro com a União das Misericórdias.