PS diz que medidas para incêndios não obrigam a mexer na meta do défice de 2018
Líder parlamentar do PS disse, no final da reunião de António Costa e Mário Centeno com o grupo parlamentar socialista, que também não será necessário um Orçamento Retificativo para este ano.
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O líder parlamentar do PS diz não ver necessidade em ajustar a meta do défice orçamental - fixada pelo Governo em 1 por cento - para o próximo ano, por forma a acomodar os gastos com medidas aplicadas na sequência dos incêndios.
"Não me parece que isso [alterações às metas do défice] seja necessário. Há necessidade naturalmente de um rearranjo das verbas que estão orçamentadas e de um aproveitamento das disponibilidades existentes" afirmou Carlos César, no final de uma reunião do grupo parlamentar do PS, esta terça-feira à noite, com primeiro-ministro e com o ministro das Finanças, para discutir a proposta de Orçamento do Estado para 2018.
Questionado pelos jornalistas sobre a necessidade de alterar aquela que é a meta inscrita na proposta orçamental por parte do Governo, o líder da bancada do PS sublinhou que os socialistas são "prioridade absoluta" às medidas que vão ser aplicadas tendo em vista a "recuperação rápida das áreas ardidas, o ressarcimento das pessoas e reativação da economia e das empresas".
"Esse é o nosso objetivo primeiro e esse objetivo não conflitua com as políticas de consolidação orçamental que temos vindo a desenvolver", acrescentou, defendendo que a meta estabelecida de 1 por cento de défice para 2018 é "perfeitamente suportável" e que é, inclusive, "apreciado no âmbito da Comissão Europeia como um progresso significativo" da estratégia orçamental seguida por Portugal.
Socialistas afastam necessidade de Orçamento Retificativo em 2017
De acordo com Carlos César, e apesar de algumas medidas serem aplicadas este ano, também não haverá lugar a qualquer Orçamento Retificativo em 2017.
Diz o líder parlamentar do PS que o Governo vai aproveitar "algumas folgas" orçamentais que decorrem "de poupanças com juros da dívida pública" e que, em 2018, além de um "rearranjo" haverá propostas de alteração ao Orçamento do Estado durante a discussão do documento na especialidade.
Sem se alongar nas explicações sobre as propostas de alteração que vão dar entrada por parte do grupo parlamentar do PS, Carlos César afirmou que "não se centram na receita, mas na organização da despesa" e que visam "garantir as dotações financeiras suficientes" para as medidas que constam do relatório da Comissão Técnica Independente que fez a análise e o apuramento dos factos relativos aos incêndios que na região Centro no mês de junho.