O ministro Pedro Marques disse, na reunião do Conselho de Ministros, se deu prioridade à recuperação dos concelhos afetados pelos incêndios e não aos "estados de alma" dos membros do governo.
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"Não discutimos estados de alma dos membros do Governo, nem notícias da comunicação social", declarou o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião desta quinta-feira do Conselho de Ministros.
Antes, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes, havia também referido que em causa estava uma conferência de imprensa de resumo da reunião dos ministros, não um encontro com os jornalistas para abordar "estados de alma".
"Essa matéria não foi discutida no Conselho de Ministros de hoje", referiu Tiago Antunes, questionado sobre a manchete do jornal Público esta quinta-feira, onde se lê: "Governo chocado com Marcelo: 'As coisas estavam combinadas'".
Ainda esta quinta-feira, questionado se encontra razões para o Governo estar chocado com a sua atuação, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "chocado ficou o país com a tragédia vivida" nos incêndios e condenou o "diz que disse especulativo".
O ministro Pedro Marques considera que o mais importante é o país estar unido quanto à recuperação dos territórios atingidos pela tragédia.
"Nesta dimensão da recuperação dos territórios, a sociedade portuguesa e todas as instituições da nossa democracia estão absolutamente alinhadas, não tenho nenhuma dúvida", defendeu o ministro.
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Empresas com apoios e madeira ardida vai ser conservada
Pedro Marques revelou ainda que o Conselho de Ministros aprovou uma linha de financiamento de até 100 milhões de euros para as empresas afetadas pelos fogos do dia 15 de outubro.
Na área das florestas, o conselho de ministros criou uma linha de crédito no valor de cinco milhões de euros para a criação de parques com madeira ardida. O ministro da Agricultura, Florestas e do Desenvolvimento, Luís Capoulas Santos, afirmou que a intenção é evitar a especulação.
"O pinheiro rapidamente entra em fase de degradação. Mas se for cortado, devidamente acomodado e regado, pode ser conservado durante 4 a 5 anos", explicou o ministro. "O objetivo é que, havendo agora um excesso de oferta, este excesso não venha ter como consequência um enorme abaixamento dos preços".
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"É necessário armazenar esta madeira para que a indústria a possa ir utilizando nos tempos mais próximos e salvaguardar um preço remunerador aos produtores florestais", concluiu.