Cumpriu 14 meses de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais. Será isso um problema durante a campanha autárquica? Isaltino acha que não.
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Isaltino Morais está convicto que a maioria das pessoas o considera uma pessoa honesta. O processo que teve na justiça e que o atirou para a cadeia, acredita o agora candidato à Câmara de Oeiras, não o vai beneficiar, mas também não o vai prejudicar, diz em entrevista à TSF.
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Isaltino diz que é um fanático pela rua. É na rua que pretende fazer grande parte da sua campanha e é nas ruas de Oeiras que garante recolher grandes manifestações de apoio por parte dos munícipes. "Eu não posso ser perentório em relação aquilo que as pessoas pensam. Acredito que uma parte significativa, se não a maioria das pessoas, porque me conhecem, sabem a minha vida, sabem como vivi, considera que eu sou uma pessoa honesta", diz convicto.
Quem financia a campanha? "As pessoas".
Ainda não sabe quanto vai gastar, mas promete ser poupado. O tipo de campanha eleitoral que Marcelo Rebelo de Sousa fez em 2015 veio, diz Isaltino, mudar a forma como se fazem campanhas. Ainda que, o ex-autarca, não sinta que tem muito a aprender com o atual Presidente da República. "O que lhe posso garantir é que vamos gastar muito menos dinheiro que noutras campanhas eleitorais. Sempre fui um fanático das campanhas de rua. Eu gosto do afeto. Aí devo dizer que não aprendi muito com o professor Marcelo", explica à TSF.
As redes sociais serão outro dos veículos de comunicação a que Isaltino Morais quer dar mais atenção. Ainda não sabe se vai ter outdoors e quanto dinheiro vai gastar. Uma coisa é certa, a fatura será paga pelos cidadãos. "Eu espero que sejam as pessoas a financiar a minha campanha. Hoje a lei prevê que o Estado financie as campanhas autárquicas em função dos resultados eleitorais. Eu estou convencido que vou conseguir um resultado que pague a campanha na totalidade", diz convencido de um bom resultado eleitoral.
Isaltino Morais garante que não tem poupanças que lhe assegurem o pagamento da campanha, mas não sai um cêntimo do seu bolso? "Posso pagar 500 euros, ou coisa do género. Claro que sim, tenho que ajudar com alguma coisa".
A cadeia deu para tudo... até para ponderar a candidatura
Ser ou não ser candidato? Eis a questão. Os meses que passou na cadeia deram para tudo. "As noites eram muito longas, sabe", desabafa Isaltino Morais. Enquanto não adormecia na cela, o homem que foi presidente da Câmara de Oeiras durante 24 anos refletiu muito sobre o futuro e, claro, nesse futuro esteve sempre presente uma eventual recandidatura. "Quando estive preso tive muito tempo para pensar. Pensava-se em tudo, refletia-se muito", relembra. Do muito que refletiu "nunca me passou pela cabeça não fazer nada. Passou-me pela cabeça fazer tudo", diz. Incluindo ser presidente da Câmara de Oeiras? "Quando digo tudo, é tudo".