O ministro dos Negócios Estrangeiros acredita que Roma vai recuar e traça uma linha de diferença entre os casos de Itália e de Portugal.
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"É uma comparação indevida", considerou Augusto Santos Silva depois de ouvir a deputada do PSD Inês Domingos lembrar as sanções que pairaram sobre os primeiros tempos de governação da atual maioria.
"O que aqui está em causa é um decisão deliberada do atual governo de Itália de passar a incumprir o que o anterior (executivo) cumpria", sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros, no Parlamento, durante o debate na especialidade do Orçamento de Estado para 2019.
No entanto o ministro mostrou-se convicto que o governo italiano poderá recuar da posição inicial.
"A Sra. Deputada deve ter um conhecimento bastante superior do que o meu que é limitado pelas funções que ocupo", começou por ironizar o ministro, par depois concluir que "o meu conhecimento não indica que o governo italiano venha a fazer finca-pé em relação à proposta inicial".
Mário Centeno, como presidente do Eurogrupo, disse hoje em Bruxelas esperar que, na sequência do "chumbo" da Comissão Europeia, o Governo italiano apresente na próxima semana um novo projeto orçamental para 2019 que respeite as regras europeias.
"Todos sabemos que não temos de tomar decisões hoje, mas esperamos que, dado que está a decorrer o processo de revisão desse mesmo projeto orçamental pelo Governo italiano, o que ocorrerá durante a semana que vem, que essa revisão permita trazer o orçamento o italiano em linha com aquilo que são as nossas regras orçamentais, para trazer sustentabilidade e estabilidade, quer a Itália, quer a toda a área do euro", afirmou.
Se não corrigir a situação e o procedimento avançar, Bruxelas poderá teoricamente desencadear um mecanismo especial para penalizar o país, por "desvios significativos".