"Já não faz sentido nenhum." João Soares defende que "passou o tempo" para António Vitorino apresentar candidatura
Sobre Marques Mendes, João Soares considera que o discurso feito na apresentação da candidatura é ineficaz no propósito de atacar o almirante Gouveia e Melo. João Soares identifica igualmente uma estranheza e lembra, a propósito, o que o pai, Mário Soares, fez quando foi eleito Presidente da República
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O antigo ministro da Cultura e dirigente do PS João Soares defende que já "passou o tempo para a apresentação" de António Vitorino como candidato às eleições presidenciais de 2026.
"Passou o tempo para a apresentação de outras candidaturas. Tenho ideia de que o secretário-geral [do PS] terá dito em público que tinha dado um tempo para que essa apresentação se fizesse. Não se fez. Eu respeito muito as posições que António Vitorino assume sobre essa matéria, mas agora já não faz nenhum sentido", argumenta, na edição desta segunda-feira do Programa TSF Não Alinhados.
O socialista afirma que era imperativo que os interessados tivessem dado "sinais claros" da sua vontade, tal como fizeram "outros putativos candidatos".
"Como é o caso de uma pessoa por quem tenho um grande respeito, que é o atual governador do Banco de Portugal, [Mário] Centeno, que se excluiu", aponta.
João Soares aproveitou ainda para reiterar o seu apoio a uma eventual candidatura de António José Seguro.
"Para mim, sempre foi claro que António José Seguro deve ser candidato e espero que ele possa ter o apoio do PS", confessa.
Sobre Luis Marques Mendes, João Soares considera que o discurso feito na apresentação da candidatura é respeitável, mas ineficaz no propósito de atacar o almirante Gouveia e Melo. João Soares identifica, igualmente, uma estranheza e lembra, a propósito, o que o pai, Mário Soares, fez quando foi eleito Presidente da República pela primeira vez em 1986.
"O líder do PSD diz que quer alguém com o cartão do partido no bolso e o primeiro ato do candidato indicado pelo partido é entregar o cartão do partido. Aqui há marosca. Além de que isto é uma repetição em cinema do que se passou com Mário Soares, quando entregou o cartão do partido, mas foi no dia em que foi eleito", recorda.
Mas as analogias não ficam por aqui. O socialista recorre ao jogo da "batalha naval" para sustentar a afirmação de que Marques Mendes "não tem condições para dar um tiro no navio Almirante".