
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), discursa no comício realizado no Grande Auditório da Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, Faro, 27 de janeiro de 2018. LUÍS FORRA/LUSA
Luís Forra/Lusa
O PCP insiste na necessidade de alterar a legislação laboral e critica "soluções que visam intensificar e retomar rumo de liquidação de direitos".
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, definiu, este sábado, como uma das principais prioridades do partido a "valorização do trabalho e dos trabalhadores" e instou o PS a definir-se "sem ambiguidade" para dar passos nessas "políticas de esquerda".
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A atual legislação laboral, segundo os comunistas, só desvalorizou o trabalho e representou um retrocesso civilizacional, nos últimos anos.
Nesta matéria, Jerónimo de Sousa quer ver uma clarificação por parte do PS. "Não pode deixar espaço à ambiguidade", disse o secretário geral do PCP, que quer ver retomada a discussão de questões como os "bloqueios à negociação e contratação coletiva, ou a eliminação das normas gravosas da legislação laboral".
Num comício em Faro, Jerónimo de Sousa sublinhou que "não são de esquerda as soluções dos que procuram a convergência com o PSD e CDS, como o tem feito o PS e o seu governo, com o objetivo de eternizar os retrocessos impostos nos últimos anos" na legislação laboral.
O PCP sublinha que foi para responder a estas situações que apresentou propostas de solução na Assembleia da República sobre legislação laboral e que aguardam um sinal positivo por parte dos socialistas.
No discurso, o secretário geral do PCP, falou naquilo a que chamou o " desenvolvimento da campanha de ataque dos setores mais conservadores" e agitou o fantasma do Bloco Central.
Jerónimo de Sousa fala em "forças do grande capital e dos setores políticos a ela associados no PSD e CDS mas também no interior do PS" que fazem apelos "à libertação do governo do PS da dependência da esquerda". "Não deixam dúvidas quanto aos seus objetivos", adianta o líder comunista.