Jerónimo de Sousa diz à TSF que já fez "centenas de reuniões" a explicar aos comunistas o voto do PCP no Orçamento, recebendo "acordo geral" quanto à viabilização. Costa ainda não o chamou para discutir o Programa de Estabilidade.
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Têm sido centenas de reuniões, de norte a sul do país, para explicar o voto favorável do PCP ao Orçamento do Estado. E o sentimento que Jerónimo de Sousa mais recebeu dos militantes e simpatizantes comunistas foi de "alívio", diz o líder comunista à TSF. Alívio "por verem rendimentos devolvidos". E com "acordo geral" sobre a estratégia do partido.
"Sabemos que estamos a lidar um Governo do PS, com o programa do PS". Mas desde o início, explica Jerónimo de Sousa, "foi claro" que o PCP acompanharia "os conteúdos, mas sublinhando diferenças e divergências".
E até onde será possível pedir aos comunistas que se co-responsabilizem pelo programa socialista? "Valorizamos muito esta ideia de que estão a ser devolvidos salários, reformas, pensões, feriados, aumentados os abonos de família, a proteção no desemprego e velhice, professores dignificados, mais médicos de família, menos taxas moderadoras", elenca Jerónimo de Sousa.
"O sentimento é este: que as coisas andem para a frente". O PCP considera que as "medidas são limitadas, sim, mas a luta não foi dispensada. Esta solução política será tanto mais duradoura quanto mais respostas forem dadas aos problemas e aspirações do povo".
O próximo passo é acertar as alterações ao Orçamento, na discussão na especialidade. E depois o Programa de Estabilidade, o grande desafio que se colocará à nova maioria de esquerda. António Costa já terá chamado o PCP para discutir esse documento (com as metas orçamentais até ao fim da legislatura e as reformas estruturais": "Não, não", diz Jerónimo.