João Oliveira afasta hipótese de convergência com PS e garante que não se deixa "levar pela ilusão da mudança de caras"
O antigo líder parlamentar do PCP defende que os comunistas têm procurado "saber se, na saúde, na habitação, nos salários e nas pensões, o posicionamento de cada partido corresponde àquilo que é preciso para o país"
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O eurodeputado do PCP João Oliveira assegurou este sábado que os comunistas não estão disponíveis para convergências com o PS num eventual cenário de eleições, afirmando que não se deixa levar "pela ilusão de mudanças de caras" no partido liderado por Pedro Nuno Santos.
Em entrevista à TSF, no 22.º Congresso do PCP, o comunista defende que o partido é "a prova provada da convergência" que procura fazer, no quadro da CDU, inclusive com "militantes de outros partidos". E explica que para isso acontecer é apenas necessário que consigam ver nesta política aquilo que "o país precisa e o objetivo pelo qual vale a pena lutar".
Reconhece igualmente que o PCP é um partido de entendimentos, mas ressalva que o acordo de 2015, que deu origem à Geringonça, só aconteceu devido às suas circunstâncias especiais.
"Aquilo que aconteceu em 2015 só aconteceu porque o PS foi obrigado a isso e porque António Costa não teria futuro se não encontrasse aquela saída", afirma.
João Oliveira salienta que as posições políticas do seu partido não se aproximam das do PS e revela que nunca teve a ilusão de que o atual secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, significava uma aproximação à esquerda.
"Há uma questão que é preciso ter em conta: se as pessoas não se deixaram levar pela ilusão da mudança de caras, quando tudo o resto fica na mesa, talvez haja uma outra perspetiva de abordagem a estas questões", aponta.
O também antigo líder parlamentar do PCP defende que os comunistas têm procurado "saber se, na saúde, na habitação, nos salários e nas pensões, o posicionamento de cada partido corresponde àquilo que é preciso para o país".
"Quem é que quer convergir connosco em função desses objetivos? E quem é que tem posições que são convergentes com as nossas?", questiona.