João Soares: "O voto é uma das armas mais importantes, pacíficas e decisivas para a afirmação dos valores do futuro de progresso"
O Voto é a Arma do Povo: as primeiras eleições livres fazem 50 anos e a TSF convida 25 personalidades a falar sobre a importância do voto. Filho do vencedor das primeiras eleições livres, também João Soares venceu eleições, neste caso autárquicas, e considera que o voto é "uma arma de paz e liberdade"
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No dia 25 de abril de 2025 fez 50 anos das primeiras eleições livres em Portugal. O PS, na altura liderado por Mário Soares, foi o partido mais votado nessas eleições constituintes. Agora, o filho João Soares - também ele com carreira política, tendo sido presidente da Câmara de Lisboa e ministro da Cultura - aproveita o mote do programa para dizer que o voto é "uma das armas mais pacíficas".
"Lembro-me de um dos primeiros slogans que foram usados a seguir ao 25 de Abril dizendo, e muito bem, que o voto era a arma do povo. O voto é, de facto, uma das armas mais importantes, mais pacíficas e mais decisivas para a afirmação dos valores do futuro de progresso que o povo, isto é, nós todos temos para exercer a nossa cidadania. E é uma arma profundamente pacífica, passo a contradição semântica entre arma e pacífica", disse o socialista à TSF.
Por isso, João Soares acredita que essa arma tem de ser usada de forma cuidada para zelar pelas conquistas de Abril: "É, de facto, uma arma de paz e de liberdade que tem de ser exercida com critério a partir da nossa experiência, da nossa observação e com a descrição que se exige a quem aprendeu os valores da liberdade num contexto particularmente gratificante como foi o da nossa revolução do 25 de Abril."
O antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa volta atrás no tempo para recordar a primeira vez que votou, ainda em ditadura, e com uma história curiosa.
"Eu sou de uma geração para quem o voto não existia. A primeira vez que eu deitei um boletim de voto duma urna foi em 1969, porque tinha já 19 anos, estava quase a fazer 20, e tinhas tido emancipado pelo meu pai, sem intervenção da minha mãe, porque nessa altura só os pais é que tinham autoridade para emancipar os filhos, para efeitos poder tirar a carta de condução. Portanto, votei nas ditas eleições fraudulentas de 1969, com a consciência perfeita de que aquilo não eram eleições, era uma fraude dita eleitoral", conta.
Depois de uma revolução quase sem sangue, Portugal está há 50 anos a utilizar a arma mais forte que o povo tem: o voto. A TSF convida 25 personalidades a falarem sobre a importância da participação dos eleitores. Para ouvir todos os dias na antena da TSF de manhã, à tarde e à noite, e a qualquer hora em tsf.pt