José Luís Carneiro: "É muito importante ter a consciência de que a maioria dos portugueses escolheu o PS para segundo partido"
Apesar de se assumir como líder da oposição, José Luís Carneiro não exige negociar o Orçamento do Estado antes da entrega do documento: "Vamos aguardar pela iniciativa do Governo"
Corpo do artigo
No confronto pela liderança da oposição, José Luís Carneiro sublinha que o PS foi o segundo partido mais votado pelos portugueses, apesar de, no Parlamento, contar com menos dois deputados do que o Chega.
O candidato a secretário-geral do PS e provável sucessor de Pedro Nuno Santos refere que o que está em causa é uma "questão aritmética": o PS teve mais votos do que o Chega e deve-se a valorizar o princípio de que cada eleitor é responsável por um voto.
O PS é o segundo partido mais votado pelos portugueses. Tendo sido o segundo partido mais votado, é muito importante que tenhamos consciência de que a maioria dos portugueses escolheu o PS para segundo partido. Se nós valorizarmos o princípio 'um homem, um voto', significa que valorizamos cada voto. E, nessa aritmética de que cada voto conta, o PS foi o segundo partido.
O socialista prefere, assim, ignorar a distribuição pelos 22 círculos eleitorais e insiste, à margem de uma reunião com a direção da UGT — a central sindical afeta ao partido —, que o PS é "o segundo partido que representa a voz dos portugueses".
"Não é do meu ponto de vista, é do ponto de vista aritmético. O PS teve mais votos do que a terceira força e, portanto, quem tem mais votos é a segunda força mais importante", insiste José Luís Carneiro.
Carneiro "vai aguardar" pelo Orçamento do Governo antes de apresentar propostas
No Parlamento, no entanto, o PS perde força negocial, em comparação com o Chega. E, apesar de se assumir como líder da oposição, José Luís Carneiro não exige negociar o Orçamento do Estado antes da entrega do documento.
"Vamos aguardar pela iniciativa do Governo. O Governo é maioritário, tem suporte parlamentar. Vamos aguardar pela proposta", afirma.
Só na discussão no Parlamento, o PS vai apresentar propostas "com uma atitude construtiva", acrescenta o mais que provável futuro secretário-geral do PS, numa postura que contrasta com a posição de Pedro Nuno Santos, no ano passado, que negociou o Orçamento do Estado com Luís Montenegro para garantir a viabilização do documento.