"Justiça ou propaganda política?" Antigo vice-presidente da AR critica "silêncio" da PGR
À TSF, Guilherme Silva insiste que PGR deve explicações sobre buscas na Madeira.
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O antigo vice-presidente da Assembleia da República e atual membro do conselho regional do PSD/Madeira, Guilherme Silva, criticou esta sexta-feira o “silêncio” da Procuradoria-Geral da República (PGR) e acusou o Ministério Público (MP) de fazer “propaganda política”
“Não entendo o silêncio da PGR e não entendo que a Polícia Judiciária (PJ), que é um órgão a que o MP recorre para a investigação, se transforme no titular da ação penal e que venha dar conferências de imprensa como se fosse um MP”, disse Guilherme Silva, em declarações à TSF.
“Quem é que abriu a informação e a advogou para comunicação social? Estamos a fazer justiça ou propaganda política?”, questionou o antigo líder parlamentar do PSD, insistindo que a PGR deve explicações.
Questionado sobre a reunião desta sexta-feira entre o representante da República na Madeira e Marcelo Rebelo de Sousa, o social-democrata considerou que esta pode ser decisiva, mas “não se pode equacionar de imediato a questão da dissolução”.
Guilherme Silva admitiu ainda que, num cenário de eleições no arquipélago, Miguel Albuquerque pode reunir condições para ser candidato, caso o PSD/Madeira concorde.
Em 24 de janeiro, a PJ realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
Na sequência desta operação, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também já renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.
Os três arguidos foram libertados na quarta-feira com termo de identidade e residência, três semanas após as detenções, por despacho do juiz de instrução criminal, que considerou não terem sido encontrados indícios da prática "de um qualquer crime".
A reunião entre Ireneu Barreto e Marcelo Rebelo de Sousa está agendada para as 12:00, no Palácio de Belém, em Lisboa.
