O antigo líder parlamentar do PS fala num "ato desesperado" de Pedro Passos Coelho e da direita. Jorge Miranda, o "pai" da Constituição, considera "inoportuna" a proposta do Primeiro-Ministro.
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Jorge Lacão entende que a proposta do chefe do governo demissionário não respeita a "vontade soberana dos eleitores" e põe em causa "esta opção constitucional pela estabilidade do funcionamento do sistema político".
Por isso, o homem que liderou os socialistas no parlamento vê a sugestão de Passos Coelho "com muita estranheza". Lacão diz o Primeiro-Ministro põe em questão "um dos fundamentos do regime constitucional".
Ouvido pela TSF, o socialista chega mesmo a falar de uma tentativa de mudança das regras do jogo, porque a direita "não se sente conformada". Jorge Lacão reafirma a ideia de António Costa de que "o país não vive nenhuma situação de crise". Pelo contrário, a situação atual é de "inteira normalidade".
Jorge Miranda: proposta de Passos é "inoportuna"
É a opinião do homem que é considerado o "pai" da Constituição. Jorge Miranda entende que, "para criar um mínimo de estabilidade", deve manter-se a regra de que o parlamento não pode ser dissolvido nos primeiros seis meses da legislatura.
O professor universitário acha "muito difícil" que a ideia de Pedro Passos Coelho possa ser concretizada. Jorge Miranda entende mesmo que a proposta "não é oportuna".