Legislativas: Marcelo avisa que “nada está definido à partida” e pede que se clarifiquem cenários de governabilidade
O Presidente da República quer "resistir à tentação de ser analista" por existirem "vários cenários possíveis”
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Marcelo Rebelo de Sousa entende que esta não é a hora do Presidente. As sondagens são uma incógnita e das legislativas já saíram várias surpresas. Quer isto dizer que, a 18 de maio, tudo pode acontecer e “nada está definido à partida”. O chefe de Estado quer evitar, nesta fase, “ser analista”, mas até admite “ir mais longe” quanto aos cenários de governabilidade na véspera das eleições.
“Há um grau de imprevisibilidade muito grande”, admite Marcelo Rebelo de Sousa, quanto às eleições legislativas, até porque, em política, dois meses é muito tempo.
O Presidente da República não se compromete, para já, com cenários pós-eleitorais. Rejeita até antecipar os critérios para dar posse a um Governo (por exemplo, se admite copiar Cavaco Silva e dar posse a um Governo de um partido que não vença as eleições). Mas admite que pode ir mais longe na véspera das eleições.
“O Presidente não deve ser um fator de ruído e de perturbação. Deve esperar para, porventura, na reflexão, no dia da reflexão, na véspera das eleições, olhar para a campanha, olhar para o que aconteceu e aí poder ir mais longe ou não”, acrescenta, sem clarificar.
É também uma forma de Marcelo Rebelo de Sousa desafiar os partidos a serem claros quanto aos cenários de governabilidade: “Os partidos devem definir os próprios cenários. Os portugueses têm uma experiência muito grande e estão a viver isto com serenidade”.
A “serenidade” existe, na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, apesar da aparente indecisão de grande parte do eleitorado. Uma das razões para o Presidente entender que, nesta fase, “há vários cenários possíveis”.
“Penso que o presidente tem de resistir à tentação de ser analista”, acrescenta. Certo é que em menos de 24 horas, o Presidente da República falou duas vezes aos jornalistas.