A líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, deixa críticas ao PSD e quer “Governo das esquerdas”
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Depois de várias mensagens internas, a primeira nota política para o país. A deputada Isabel Mendes Lopes critica a “disponibilidade” do PSD e do CDS-PP para negociarem com o Chega, e aponta já a o próximo ciclo político com um “Governo das esquerdas”.
A deputada e líder parlamentar do Livre encabeça a lista A ao grupo de contacto, a direção do partido, e foi nessa condição que surgiu perante os congressistas. Mas foi a política nacional que marcou o discurso.
“O campo da direita democrática tem sido inconsonante quanto à sua disponibilidade para dialogar e entender-se com a extrema-direita e também isto deve deixar todos os democratas alarmados”, critica.
As próximas eleições legislativas podem ser mais cedo do que o previsto, apesar de Luís Montenegro garantir que está pronto para governar quatro anos, e Isabel Mendes Lopes fala mesmo numa nova união à esquerda, depois da geringonça, da qual o Livre quer fazer parte.
“O Livre vai continuar o seu caminho, preparado para uma mudança de ciclo e um próximo Governo das esquerdas”, acrescenta.
Paulo Muacho avisa: "Quando os partidos perdem o foco, perdem o apoio das pessoas"
Coube também ao deputado Paulo Muacho deixar recados quanto à coesão interna no Livre, avisando que os quatro deputados no Parlamento não são eternos. Se o partido “perder o foco”, arrisca-se a “perder o apoio das pessoas”.
Paulo Muacho despede-se da direção do Livre e, ao que tudo indica, vai assumir um lugar no conselho de jurisdição, depois de ter sido eleito deputado a 10 de março. Para o congresso, deixa avisos.
“Quando os partidos perdem o foco e a razão pela qual estão aqui, perdem o apoio das pessoas”, avisa, lembrando os partidos que “crescem” e, depois, “se perdem em conflitos internos”.
Mostra-se confiante, no entanto, que “essa não será a história do Livre”, o que mereceu um novo aplauso de pé pelos congressistas.