O partido defende um rácio em que os salários não possam exceder em 14 vezes as remunerações mais baixas
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O Livre quer impedir que um administrador do setor público ganhe num mês o mesmo que um trabalhador comum aufere em um ano. O partido quer impor um rácio entre os salários mais baixos e os mais altos nas empresas do setor público.
O deputado Paulo Muacho explica, em declarações à TSF, que o Livre propõe um teto máximo, em que os salários não possam exceder em 14 vezes as remunerações mais baixas. O projeto dirige-se, primeiro, ao setor público, mas os privados também vão poder aderir, “com alguns benefícios”.
“No fundo, este princípio, que nos parece de elementar justiça, garante que as disparidades salariais não continuam a aumentar. E não temos os administradores das empresas, com o aumento dos lucros e da produtividade, a receberem cada vez melhor e os trabalhadores, com salários médios e mais baixos, a estagnarem nos vencimentos”, acrescenta o deputado do Livre.
A proposta vai ser debatida, na Assembleia da República, nesta quarta-feira. O deputado Paulo Muacho admite que o consenso entre as diferentes forças políticas é difícil. Ainda assim, o Livre quer lançar a discussão.
“Sabemos que a composição da Assembleia da República, neste momento, será tendencialmente adversa a este tipo de medidas. Mas o que é importante é lançar esta discussão e lançar este debate na sociedade portuguesa. No fundo, para se perceber que há uma grande injustiça em termos das distribuições dos rendimentos e das distribuições daqueles que são os ganhos e os lucros que as entidades acabam por ter”, responde.