O social-democrata realçou, durante o programa da TSF "Almoços Grátis", que existe na Europa "um certo complexo de superioridade democrática" relativamente às opções políticas de outros países, dando o exemplo das reações à eleição de Donald Trump, em 2016.
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Luís Montenegro confessa-se surpreendido com a quantidade de votos que Bolsonaro conseguiu angariar na primeira volta das eleições do Brasil, mas sublinha que o resultado "tem que ser respeitado".
O social-democrata realçou, durante o programa da TSF "Almoços Grátis", que existe na Europa "um certo complexo de superioridade democrática" relativamente às opções políticas de outros países, dando o exemplo das reações à eleição de Donald Trump, em 2016.
"Aconteceu assim nos Estados Unidos. Todos nós achávamos que era impensável Donald Trump ganhar as eleições e ganhou. Agora todos achávamos que Bolsonaro não tinha condições, dado o radicalismo de muitas das suas propostas, para ganhar eleições e ganhou."
Montenegro fez notar que a população brasileira passa por um período de descrença na classe política, sublinhando que existe no país "um problema de segurança e um problema de confiabilidade naquilo que seria um projeto político galvanizador e atrativo do ponto de vista social".
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Para além disso, o social-democrata refere que "o país está a trilhar um caminho de desaceleração que, depois, desemboca no agravamento quer das questões sociais e da violência, quer nas questões da aversão ao fenómeno da corrupção."
Carlos César: "Sem Lula, Haddad não teria chegado à 2.ª volta. Com Lula, Haddad não ganha a 2.ª volta"
Também Carlos César se disse surpreendido com "a amplitude da votação de Bolsonaro", um resultado que considera "preocupante".
O presidente do PS fez notar que "não pode ser negligenciada a hipótese de uma eventual eleição de Bolsonaro", uma vez que esse resultado traria "consequências do ponto de vista do continente americano, dos equilíbrio de forças".
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Carlos César sublinha que Bolsonaro advoga "um sistema totalitário" que será mais difícil de conter do que as ideias mais autoritárias de Donald Trump, por falta de mecanismos dentro do Estado para travar o presidente: "O Brasil não tem essas potencialidades, essas vitalidades, apesar de ter deposto um presidente. O pulmão democrático do Brasil é bem mais frágil do que o dos EUA."
Apesar da abstenção significativa, Carlos César acredita que Fernando Haddad não vai conseguir dar a volta ao resultado na segunda volta, porque a imagem do candidato está colada à do antigo presidente, preso por corrupção passiva e branqueamento de capitais, Lula da Silva: "Haddad tem problemas muito complexos na 2.ª volta. "Sem Lula, Haddad não teria chegado à 2.ª volta. Com Lula, Haddad não ganha a segunda volta."
com Anselmo Crespo