Os 28 concordaram com a criação de plataformas de desembarque de migrantes em países terceiros. O acolhimento de refugiados passa a ser voluntário.
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Os líderes europeus arrancam finalmente um acordo sobre as migrações, no final de uma maratona de quase 10 horas de negociações intensas, marcadas pela pressão constante do governo italiano.
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Giuseppe Conti considerou que "este Conselho Europeu marca o início de uma Europa mais responsável". Anunciando o acordo como uma vitória do governo que lidera desde 1 de junho, Conti descreve o documento assinado como uma solução europeia e disse que a Itália já não está sozinha, numa Europa "mais solidária".
Já o presidente francês considerou que "este trabalho permite-nos ter uma abordagem coerente do fenómeno migratório", tendo destacado "o trabalho com os países terceiros - e, em particular com África, mas também com o Médio Oriente -, com a vontade de seguir a proposta feita pelo ACNUR e pela Organização Internacional das Migrações".
"Em seguida, há a vontade de melhor protegermos as nossas fronteiras, com o reforço dos compromissos sobre esta matéria. Reforçamos as regras de acolhimento e a proposta de termos, no nosso território, centros controlados para melhor organizarmos esse atendimento", acrescentou Emmanuel Macron.
Fica consagrado neste texto que os estados membros que assim entenderem, podem, numa "base voluntária", aceitar constituir nos próprios territórios campos de desembarque. O presidente do governo espanhol, Pedro Sanchez disse que no caso de Espanha, será utilizado, na medida do possível, o campo e os mecanismos que já existem.
"O que temos é um dispositivo perfeitamente instrumental e perfeitamente a funcionar. Temos salvamento no mar, [temos] a Guardia Civil, temos acordos com Organizações não Governamentais, temos centros de atendimento aos que requerem asilo. Os que não têm direito a asilo e são migrantes irregulares também estão nos centros", disse.
O acordo não fixa compromissos em relação à alteração das convenções que estabelecem que é responsável por um migrante, o estado-membro por onde ele entra, Mas, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conti não ficará tudo na mesma em relação ao acordo de Dublin.
"Afirma-se claramente a necessidade de reformar Dublin, neste caso tendo em conta as pessoas que vêm pela rota marítima, à luz das regras de resgate, a que nós chamamos de busca e salvamento", frisou.