"Madeirenses devem decidir." PS/Madeira não aceita Governo liderado por outra pessoa do PSD
Líder parlamentar do PS/Madeira adianta que moção de censura do partido deverá ser discutida dia 7 de fevereiro.
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O PS/Madeira não aceita que outra pessoa do PSD assuma o lugar de Miguel Albuquerque e defende que o poder deve ser devolvido aos madeirenses. O Chega, a IL, o PCP e o BE acreditam que é preciso "censurar a política deste Governo regional".
“O atual presidente não tem condições, quer pelos desenvolvimentos que temos vindo a assistir desde o dia 24, quer agora pela falta de suporte político no Governo regional”, disse o líder parlamentar do PS/Madeira, Victor Freitas, em declarações à RTP3.
“Não corroboramos essa tese de outra pessoa do PSD para o Governo e consideramos que os madeirenses devem decidir”, atirou.
Victor Freitas explicou que a partir do momento em que o PAN, um dos partidos que suporta a atual coligação que governa a Madeira, retirou a confiança política a Miguel Albuquerque, “estavam reunidas as condições” para avançar com uma moção de censura.
O líder parlamentar do PS/Madeira adiantou ainda que tendo em conta os prazos a moção de cencura deverá ser discutida dia 7 de fevereiro.
Questionado se o PS vai votar a favor da moção de censura do Chega, Victor Freitas disse que “não tem lógica olhar para cenários futuros”. Por seu turno, o líder do Chega/Madeira, Miguel Castro, também em declarações aos jornalistas, sublinhou que "seria de uma irresponsabilidade e de uma imaturidade política se a oposição não se unisse toda para afastar o governo do poder".
"Toda a oposição tem que estar unida nesta situação. Aliás, as várias declarações dos líderes parlamentares e partidos são unânimes", disse.
O deputado único da Iniciativa Liberal (IL) Nuno Morna confessou que ainda não leu as duas moções apresentadas pelo PS e Chega, mas prometeu um "voto favorável" caso "contemplem aquilo que a IL pensa em relação ao momento" político que a Madeira vive. No caso do PCP, o deputado Ricardo Lume reiterou que "é fundamental censurar a política deste Governo".
"Como afirmámos no passado, não bastou mudar de Jardim para Albuquerque para que a prática se alterasse. É fundamental censurar esta governação e a política que têm seguido ao longo de décadas", defendeu Ricardo Lume, acrescentando que alinha nas moções apresentadas.
O Bloco de Esquerda (BE) partilha a mesma opinião de que "vigora há demasiado tempo um Governo de maioria absoluta do PSD, um regime de proteção de interesses privados". A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, lembrou que o BE/Madeira já se mostrou favorável à apresentação de uma moção de censura.
Na quarta-feira, o presidente do Governo Regional da Madeira foi constituído arguido, num processo que levou à detenção do presidente da Câmara do Funchal e de dois gestores do grupo de construção AFA.
Nesse dia a Polícia Judiciária realizou na Madeira e em vários locais do continente cerca de 130 buscas, numa investigação por suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.