Maioria absoluta? "Realista e inteligente como é, Costa está a baixar as expectativas"
António Costa assume que chegar à maioria absoluta é "virtualmente impossível". Mar será difícil ganhar? "Prognósticos só no final do jogo", responde David Justino.
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António Costa "caiu em si", diz David Justino. Por isso se recusa falar de uma eventual maioria absoluta, cenário que considera mesmo "virtualmente impossível".
"Realista e inteligente como é", o primeiro-ministro "está a baixar as expectativas" para salvaguardar um eventual "percalço" nas próximas eleições legislativas, considera o vice-presidente da direção do PSD no programa da TSF "Almoços Grátis".
Questionado sobre expectativas eleitorais, em entrevista à SIC esta terça-feira, António Costa reafirmou apenas que espera "o melhor resultado possível".
"O PSD vai disputar taco a taco", cada uma das eleições que se avizinham, assegura David Justino - sim, vai ser difícil chegar à maioria absoluta. Mas será difícil ganhar? "Prognósticos só no final do jogo", responde.
Sobre o facto de o chefe de Governo ter admitido, na mesma entrevista, avançar uma requisição civil para travar a chamada greve cirúrgica, David Justino considera que "não ajuda a resolver o problema" e teme que "alguns mecanismos de diálogo" tenham ficado comprometidos.
Para o social-democrata, as declarações de António Costa podem levar que, no braço de ferro entre Governo e enfermeiros, "deixe de haver braço e deixa de haver ferro".
As negociações "não se fazem na praça pública (...) devem ser feitos no devido recato", defende. "Um murro na mesa" como este pode ter um efeito contrário ao do pretendido.
Para João Soares, "tem que haver um equilíbrio em termos de bom senso" na greve dos enfermeiros: "o interesse nacional e o interesse dos doentes impõe que se encontre um entendimento".
Mas António Costa, defende, "teve toda a razão no que disse" ao afirmar que a Ordem dos Enfermeiros, e em particular a bastonária, têm violado a lei das ordens profissionais.
Uma coisa é o papel dos sindicatos, outra o da Ordem dos Enfermeiros; "uma coisa é apoiar, outra coisa é promover" a greve, e o risco foi ultrapassado por Ana Rita Cavaco, considera.
Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues