Manifestações de extrema-direita no 25 de Abril: Pacheco Pereira responsabiliza Chega, Alexandra Leitão diz que desvalorizar é "erro crasso"
No programa O Princípio da Incerteza, também Pedro Duarte não aceita que um setor político se aproprie da festa da liberdade. Em causa estão as manifestações convocadas por grupos de extrema-direita, em Lisboa, para o 25 de Abril
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O historiador Pacheco Pereira responsabiliza o Chega pelos confrontos registados na passada sexta-feira, em Lisboa, que envolveram participantes de uma manifestação não autorizada. No programa O Princípio da Incerteza, da TSF e CNN Portugal, também a socialista Alexandra Leitão repudia este tipo de violência e pede para que não se desvalorizem os extremismos.
"Estes incidentes aconteceram por causa do Chega", atira Pacheco Pereira, considerando que partidos como o Ergue-te "perderam capacidade de crescimento" com o aparecimento do partido liderado por André Ventura.
Para Pacheco Pereira, os incidentes aconteceram "só pela desatenção".
Também a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, não poupa críticas ao que se passou no Martim Moniz, no 25 de Abril: "Fossem muitos ou poucos foram pessoas que violaram, de forma agressiva e violenta, uma proibição expressa de manifestação naquele momento por razões de segurança."
"A História ensina-nos que desvalorizar este tipo de situações é um erro crasso", acrescenta.
Alexandra Leitão faz ainda alusão ao relatório anual de segurança interna, que na versão preliminar tinha "uma parte sobre os riscos das organizações de extrema-direita", mas que não consta na versão final.
Já o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, não aceita que um setor político se aproprie da festa da liberdade e insiste: "Quando estamos a falar do 25 de Abril, todos os democratas estão do mesmo lado da barricada."
Na sexta-feira, a PSP deteve três pessoas, inclusive os líderes do Ergue-te e do grupo de extrema-direita 1143, e identificou quatro pessoas e dois polícias com ferimentos ligeiros, na sequência de "dois eventos que foram comunicados e que foram proibidos pela autoridade competente".
