O candidato socialista à Câmara do Porto defende uma abordagem que vai além da cidade, e que tenha escala metropolitana e regional, tendo como pano de fundo “o facto de 77% dos carros que circulam no Porto vêm de fora”
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O candidato do PS à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, anunciou esta segunda-feira que quer disponibilizar cinco mil casas com renda moderada nos próximos quatro anos ao mesmo tempo que promete iniciar as bases de um programa de reabilitação urbana.
No seu discurso de apresentação da candidatura, que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto, o candidato anunciou que para além da habitação, também a mobilidade e a segurança serão as prioridades caso venha a ser eleito presidente.
Ainda no tema habitação, prometeu mobilizar todos os agentes do setor para conseguir disponibilizar habitação a custo acessível, ao mesmo tempo que deixa que, noutros segmentos, o mercado funcione de forma saudável e, assim, ajude com os seus impostos a financiar o programa de renda moderada e, assim, regenerar e colocar no mercado de habitação os cerca de 20 mil fogos devolutos e degradados que subsistem na cidade, explicou.
Manuel Pizarro adverte, contudo, que o esforço deste programa terá de ser prolongado no tempo.
Sobre a mobilidade, a candidatura “À moda do Porto”, defende uma abordagem que vai além da cidade, e que tenha escala metropolitana e regional, tendo como pano de fundo “o facto de 77% dos carros que circulam no Porto vêm de fora”.
Neste contexto, defende que a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto tem de trabalhar de mãos dadas com a Empresa Metropolitana de Transportes, que os autocarros têm de ser mais confortáveis, de preferência com dois pisos, que as pessoas conheçam os seus horários, assumindo Manuel Pizarro o compromisso de em 2026 tornar gratuito Andante para os maiores de 65 anos.
O candidato do PS defende a expansão do metro do Porto e o apoio à modernização dos táxis, enquanto os TVDE “têm de ser regulados e qualificados” e que o seu número em circulação “tem de ser limitado e regulado, sob pena de canibalizar a cidade as ruas da cidade”, enquanto o metrobus “tem de entrar rápida e urgentemente em funcionamento”.
Ainda no capítulo da mobilidade, defende o desvio do trânsito de pesados da Via de Cintura Interna (VCI) para a Circular Regional Externa do Porto (CREP) e a abolição das portagens circulares ao Porto e a melhoria dos “acessos aos nós problemáticos, desde logo em Francos e no acesso à Autoestrada (A)3 e à A4.
Sobre os modos suaves de circulação, a pé ou de bicicleta, prometeu investir na cidade, mesmo que isso implique “fechar ao trânsito várias artérias do centro da cidade”, lê-se.
Para tratar da terceira prioridade, a segurança, Manuel Pizarro, garante que “haverá maior visibilidade, maior proximidade e maior presença na rua das forças de segurança” a quem “ajudará a equipa com as viaturas adequadas”.
Na sua intervenção perante mais de 400 pessoas, Manuel Pizarro afirmou também que a coesão social “é um pilar da segurança”, assumindo a “liderança de um verdadeiro programa de coesão, oferecendo apoio social e de saúde aos consumidores de estupefacientes, promovendo a sua reinserção”.
Numa fase em que endureceu o discurso, o candidato socialista afirmou que não aceitará “que o investimento no Porto e no Norte sejam relegados para um plano secundário” recusando a ideia que “todo o investimento em Lisboa é nacional e que a todos beneficia”.
Na assistência, entre outros, estiveram o candidato único a secretário-geral do PS, José Luís Carneiro bem como Fernando Paulo, que no atual mandato é vereador do executivo liderado pelo independente Rui Moreira.