O Presidente da República admite que alguns eleitores de centro-direita ficaram desiludidos quando ele não avançou em abril de 2016 com a dissolução da Assembleia da República.
Corpo do artigo
Marcelo Rebelo de Sousa admite que algum eleitorado do centro-direita ficou desiludido com ele logo no início do mandato. Numa entrevista ao Diário de Notícias, publicada este domingo, o chefe de Estado diz que alguns pensaram que ele faria cair o governo mal pudesse, ou seja, em abril de 2016.
TSF\audio\2017\07\noticias\30\marcelo_take_01_desilussao_centro_direita
"Quando, a partir do início de abril [2016], em teoria, eu como Presidente da República poderia ter dissolvido a Assembleia da República, penso que alguns dos eleitores de centro-direita esperara, isso ou desejaram isso ou ansiaram por isso e, nisso, tiveram alguma desilusão".
Ao DN, Marcelo Rebelo de Sousa explica que Portugal vinha de uma período pós-troika em que era preciso garantir a confiança no país. O Presidente da República explica que nunca pensou nessa possibilidade.
TSF\audio\2017\07\noticias\30\marcelo_take_02
"Isso estava completamente longe do meu pensamento, teria consequências dramáticas em termos do Orçamento do Estado para 2016, que chegaria a termos tais que a situação do país seria verdadeiramente desastrosa".
Marcelo Rebelo de Sousa explica, ainda nesta entrevista, que ao não dissolver a Assembleia da República foi possível aprovar os orçamentos do Estado para 2016 e 2017. Agora, para as contas de 2018, o Presidente da República espera que a geringonça se mantenha estável. Marcelo considera que PS, PCP e Bloco de Esquerda não podem falhar a bem da estabilidade política e do desenvolvimento do país.
TSF\audio\2017\07\noticias\30\marcelo_take_19_oe_2018_desejo_entendimento
O chefe de Estado adianta, ainda, que é preciso resolver o problema dos ativos problemáticos do sistema financeiro e da consolidação da banca que ainda tem passos para dar. Um cenário que continua a exigir estabilidade política e também estabilidade social.
TSF\audio\2017\07\noticias\30\marcelo_take_17_estabilidade_social
Na entrevista ao Diário de Notícias, o Presidente da República pronunciou-se também sobre o aumento das Comissões da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Marcelo Rebelo de Sousa espera que a CGD tenha em linha de conta o tecido social português.