Presidente da República chama todos a Belém, no momento em que se acumulam sinais de instabilidade à esquerda e com PSD, mas também problemas com o OE e a banca.
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Marcelo Rebelo de Sousa chamou os partidos e os parceiros sociais a Belém. Os partidos são recebidos na segunda-feira e os parceiros no dia seguinte, confirmou fonte da Presidência à TSF, acrescentando que o mote para a chamada é a análise da "situação política" do país.
A convocatória surge um dia depois de o Parlamento ter vetado o nome de Correia de Campos para a presidência do Conselho Económico e Social (CES) - depois de um acordo não cumprido pelo PSD, mas também com os votos em branco do PCP, depois de os comunistas terem sido postos de parte pelo PS na formulação das listas para vários órgãos do Estado, como o Tribunal Constitucional.
A não eleição de Correia de Campos implica que o Conselho Económico e Social ficará sem sucessor na liderança até depois do Verão, sendo agora mais difícil ainda a escolha de um novo nome para o cargo. Esta manhã, o secretário-geral da CGTP avisou na TSF que o ex-ministro não deve ir a segunda votação na AR.
Segundo apurou a TSF, o Presidente quer medir o pulso aos partidos, também pela proximidade de obstáculos potenciais como o próximo Orçamento do Estado - onde a estabilidade das relações entre PS, BE e PCP será essencial para garantir a sua aprovação; também perante a exigência de maior consolidação orçamental pela UE, com a ameaça de sanções em cima da mesa; e quando se avolumam os casos por resolver na banca. Só esta semana houve notícias de uma paragem no processo de nomeação da nova administração da CGD e um aviso do Governo de que o Novo Banco pode entrar em insolvência em 2017 (se não conseguir ser vendido). A banca nacional foi, aliás, identificada esta semana pelo FMI como um risco para a economia mundial.
Também esta semana, Passos Coelho disse aos conselheiros nacionais do PSD que uma crise chegará "muito, muito antes das autárquicas". E há notícias de que António Costa terá sido menos otimista sobre a situação do país, numa reunião com os deputados do PS.