Marcelo considera que criação de centro interpretativo sobre 25 de Abril "está a demorar muito tempo"
O Presidente da República recusa que a ideia Governo "seja matar" a iniciativa, até porque isso "não fazia sentido"
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta sexta-feira que o processo para a criação de um centro interpretativo sobre a revolução dos cravos "está a demorar, de facto, muito tempo".
Em declarações aos jornalistas, à margem da exposição Mário Soares: Um Homem Inteiro, o chefe de Estado recusa que a ideia do Governo "seja matar" a iniciativa, até porque isso "não fazia sentido". E explica que o objetivo seria criar um "museu atual" que contasse a história do 25 de Abril.
Sobre as queixas feitas esta quinta-feira pelo coronel Vasco Lourenço sobre a demora no processo, Marcelo diz que "todos têm razão à sua maneira" e afirma ser "o primeiro a lutar pela aceleração do processo" por considerar que essa instalação deve existir. "O Governo não disse que não ia haver", ressalva.
Marcelo Rebelo de Sousa reconhece, contudo, que este é um processo que "está a demorar, de facto, muito tempo".
Recusa, contudo, que a demora esteja relacionada com a celebração do 25 de Novembro, que lembra ser uma cerimónia que partiu da iniciativa da Assembleia da República, uma vez que "não havia 25 de Novembro se não tivesse havido 25 de Abril". Acrescenta igualmente que a comissão do 25 de Novembro deverá funcionar em cooperação com a Associação 25 de Abril, segundo a resolução proposta pelo Executivo liderado por Luís Montenegro.
"Eu percebo a ansiedade e uma certa crispação do coronel Vasco Lourenço, mas entendo que há espaço para essas duas realidades", adianta.
As comemorações do 25 de Abril, diz, vão continuar e o 25 de Novembro "tem o seu espaço próprio".
Em causa estão as declarações de Vasco Lourenço, que acusou o Executivo de ter decidido "de forma unilateral e arbitrária, não cumprir o compromisso oficialmente assumido" de instalar o Centro Interpretativo do 25 de Abril nas atuais instalações do Ministério da Administração Interna (MAI), na Praça do Comércio, em Lisboa.
Segundo Vasco Lourenço, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, comunicou recentemente à associação que "por razões de segurança", não especificadas, o MAI já não vai sair das atuais instalações.
O Governo tenciona, segundo a associação, utilizar a zona ocidental da Praça do Comércio para "instalar serviços culturais", após a saída do Ministério da Agricultura deste local para o Campus XXI, (Av. João XXI, em Lisboa), prevista para 2027.