Marcelo critica falta de acordo para presidente do Conselho Económico e Social
Nos 25 anos do CES, o presidente da República apelou a acordos "mesmo que minimalistas" em temas centrais para o país e criticou partidos que ficam "à espera de eleições que não chegam".
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O Presidente da República defendeu esta tarde, em Lisboa, que os partidos políticos devem entender-se em matérias importantes para o país, em vez que ficarem à espera "de eleições que não chegam". Durante uma iniciativa a propósito dos 25 anos do Conselho Económico e Social (CES), na Fundação Calouste Gulbenkian, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a relevância do papel desempenhado pelos parceiros sociais e pelo CES e defendeu "acordos de médio e longo prazo mesmo que minimalistas".
O presidente diz acreditar em acordos na Saúde, Educação, reforma do Estado e até na Segurança Social, desde que haja uma visão a longo prazo. "Tudo dependerá de os parceiros sociais, tal como dos partidos políticos", sustenta Marcelo, salientando que "se preferirem pautar a sua conduta pelo conjunturalismo esperando todos os dois meses por eleições que não chegam, dificilmente olharão para o médio e longo prazo". E contrapôs: "Se optarem por uma ótica de médio e longo prazo, terão boas razões para levarem mais longe acordos sociais".
O presidente da República lembra que na negociação "não há posições relativas eternas" e apela a todos que "olhem para o futuro a um prazo mais longo" e ouçam o Conselho Económico e Social de forma atempada, acrescentando que a ideia que os portugueses poderão ter de que o CES tem poder limitado fica "agravada se os partidos se revelarem incapazes de concordar de modo alargado ao menos quanto à presidência do órgão".
Diz Marcelo que o Estado Social, a competitividade externa e a correção das desigualdades só ganham com a concertação social, pelo que "a necessidade de entendimentos" não se pode limitar a momentos de intervenção externa.