Na sessão de cumprimentos de Boas Festas do Governo ao Presidente da República, Costa e Marcelo saudaram "estabilidade" e a "normalidade" das relações.
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O Presidente da República saudou, esta quinta-feira, no Palácio de Belém, durante a apresentação de cumprimentos de Boas Festas do primeiro-ministro e dos membros do Governo, a "estabilidade política" e o "cumprimento da legislatura", considerando que são "valores muito importantes".
"Encontra-se cumprido, em termos de natais, aquele objetivo da perdurabilidade da legislatura. E é muito importante para o país e no quadro do que temos à nossa volta, na Europa e no mundo", disse o chefe de Estado, que lembrou que tal não acontece em diversos outros Estados-membros da União Europeia, em que mudaram os chefes de Estado e de Governo.
Nesse sentido, Marcelo Rebelo de Sousa entende que o atual cenário se manifesta numa "vantagem comparativa" em termos internacionais, que "reforça o poder de Portugal" e "aumenta o peso negocial" do país.
"Sem estabilidade política é muito mais difícil a estabilidade económica e social", frisou o Presidente da República.
Mas, diante dos membros do Governo, Marcelo deixou ainda outra nota, sublinhando que o bom relacionamento institucional não deve circunscrever-se a Belém e a São Bento.
"O relacionamento institucional não para na ralação entre órgãos como a Presidência da República e o Governo, alarga-se a outros órgãos do poder político do Estado previstos na Constituição. Alarga-se a outros órgãos de soberania, como a Assembleia da República e os tribunais", disse Marcelo, sem se referir à última semana, em que aqueceu o diálogo entre alguns agentes políticos e agentes judiciais.
Costa destaca "normalidade institucional" com vários órgãos do Estado
Antes de Marcelo Rebelo de Sousa se dirigir aos membros do Governo, já o primeiro-ministro, António Costa, na sua intervenção, se tinha referido à "normalidade institucional" que diz existir entre os vários órgãos do Estado, não deixando de salientar que o mesmo se passa com a justiça.
"Tem sido assim também com o poder judicial, com uma garantia escrupulosa do poder dos tribunais, da autonomia do Ministério Público, que são condições fundamentais do primado do Estado de direito, da responsabilidade do Estado e também do combate à corrupção", disse o chefe de Governo.
Perante o chefe de Estado, António Costa - que em tempos foi descrito por Marcelo como um "otimista irritante", deixou ainda uma mensagem de confiança nas relações futuras.
"Não querendo ser otimista, não quero deixar de ser confiante e, portanto, ter a confiança de que em 2019 essa normalidade institucional prosseguirá, como assim tem sido em 2016, em 2017 e neste ano que agora finda de 2018", concluiu António Costa.