Marcelo diz que "temperança" venceu o "risco da violência" a 25 de Novembro de 1975

André Kosters/Lusa
Segundo o chefe de Estado, "entre o risco da violência e a temperança, no 25 de Novembro venceu a temperança"
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O Presidente da República lembrou esta terça-feira o 25 de Novembro de 1975 como uma vitória da temperança contra o risco de violência e apelou à moderação e à unidade no essencial.
Marcelo Rebelo de Sousa, que discursava numa sessão evocativa do 25 de Novembro de 1975, no 50.º aniversário desta data, citou a este propósito a Carta de Bruges escrita pelo infante D. Pedro há cerca de 600 anos, e nela destacou a ideia de "temperança como virtude nacional".
"Isto tem a ver tudo com o 25 de Novembro. A temperança, que é o equilíbrio, a sensatez, a moderação, e muito a unidade no essencial, no 25 de Novembro talvez tenha sido mais evidente do que em tantos lances durante a revolução", defendeu.
Segundo o chefe de Estado, "entre o risco da violência e a temperança, no 25 de Novembro venceu a temperança" e "depois se discutiu quem ganhou mais, quem ganhou menos, quem perdeu mais, quem perdeu menos", mas "a pátria ganhou certamente".
"Não houve regresso ao passado derrotado em Abril de 1974. Mas também não houve construção de um futuro imediato com uma revolução para sempre, com adiamento da Constituição e o que significou no arranque da democracia em que vivemos", prosseguiu.
Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que "a temperança naquele instante prevaleceu" e terminou o seu último discurso como Presidente da República na Assembleia da República apelando a essa virtude e à unidade no essencial.
"Unidos no essencial e com temperança, seremos eternos. Viva o 25 de Novembro, viva o 25 de Abril, viva a liberdade, viva a democracia, viva Portugal", declarou.
