Os dois candidatos à presidência da República envolveram-se, esta sexta-feira, numa troca de acusações relativas ao comportamento de cada um na politica e aos apoios que cada um tem recebido.
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Num frente a frente na RTP1, Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém Roseira trocaram acusações de malícia e incoerência, num debate com sucessivas críticas algumas delas remontando a episódios que ocorreram décadas de 80 e 90.
A candidata independente acusou o candidato indicado pela direita de apostar constantemente nas contradições o que para um Presidente da República revelaria falta de maturidade: "Ainda ontem o vi num debate em que se transmutou (quando foi confrontado). Ficou uma pessoa diferente. É esta dualidade que não dá a característica principal que deve ter um Presidente da republica que é a da confiança e maturidade para garantir a estabilidade do país".
Uma acusação que Marcelo rebelo de Sousa devolveu lembrando as palavras de um deputado comunista sobre Maria de Belém: "Eu posso contar o que disse o deputado comunista, João Ferreira, sobre si. Que era uma pessoa " ziguezagueante", com duas caras, que faz um discurso à esquerda e lança charme à direita".
Para além das contradições, Maria de Belém acusou Marcelo de estar cada vez mais afastado da direita lembrando que a ausência Passos Coelho da campanha de Marcelo mostra que há uma relação de "antagonismo": A própria relação com a sua área politica natural é uma relação de antagonismo em relação ao apoio".
Na resposta, Marcelo Rebelo de Sousa acusou, a candidata independente de "fazer intriga" e confrontou Maria de Belém com a falta de apoio do PS e o silêncio de António Costa sobre a sua candidatura.
Ambos os candidatos recorreram a episódios das décadas de 80 e 90 para se criticarem. Maria de Belém, que procurava demonstrar que o social-democrata não é fiável, referiu mesmo que este em tempos chamou "lelé da cuca" ao fundador do PSD Francisco Pinto Balsemão.