Numa cerimónia que se insere nas celebrações dos 108 anos da Implantação da República, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "o messianismo, o sebastianismo, o populismo, o egoísmo, a xenofobia e o racismo" não podem vencer no mundo.
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O presidente da República defendeu, esta tarde, que os ideais da República se devem traduzir em atos e num combate constante contra o messianismo, o populismo e a xenofobia que hoje atravessam o mundo.
Numa curta cerimónia no cemitério de Loures, Marcelo Rebelo de Sousa homenageou a Junta Revolucionária e o papel que teve a 4 de outubro de 1910.
"Uma República que queriam que fosse símbolo de progresso económico, de justiça social, de participação política, de direitos para muitos, muitos mais e de serviço da comunidade", assinalou Marcelo.
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Segundo o Presidente da República, passados 108 anos, deve-se prestar "reconhecimento à luta dos evocados de agora e de sempre" e assumir o "compromisso de tudo fazer para que o ideal que os moveu e hoje se acolhe na Constituição da República Portuguesa, seja vivido mais com obras do que com palavras, dia após dia".
"Para que nada, nem as tentações recorrentes do messianismo, do sebastianismo, do populismo, do egoísmo, da xenofobia, do racismo que atravessa o mundo o possam vencer", defendeu, acrescentando: "Viva a democracia que a República de hoje nos convida a viver como imperativo nacional, viva Portugal".
Uma cerimónia que contou com a presença do autarca de Loures, Bernardino Soares, que considerou que o poder local é a instituição democrática que mais simboliza os ideais republicanos e alertou para o perigo da descentralização afastar as autarquias da missão que devem ter.
"Esta situação pode fazer dispersar as autarquias das suas atribuições fundamentais e pôr em causa, por exemplo, a capacidade de investimento de que as autarquias são expoente", declarou o autarca do PCP, na cerimónia comemorativa do 108.º aniversário da Implantação da República, no Cemitério de Loures.
Bernardino Soares defendeu que "talvez a instituição democrática saída da Revolução de Abril que melhor corporiza os mais genuínos ideais republicanos seja o poder local, pela sua conhecida representatividade, pela sua proximidade às populações, na promoção do acesso a bens e direitos essenciais, na cultura, na educação, na habitação, no plano social, na promoção do desenvolvimento económico".
"É preciso que o poder local não veja estas suas características adulteradas por transferências de responsabilidades que não são verdadeiras competências, porque não comportam qualquer margem de decisão nem disporão de recursos suficientes", acrescentou.