O debate sobre a segurança dos europeus e sobre o futuro da Europa são os temas na agenda do fórum dos presidentes do grupo de Arraiolos, esta quinta e sexta-feira na Letónia.
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Na primeira parte do encontro, os presidentes sem poderes executivos da União Europeia vão questionar-se sobre a segurança dos europeus. O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa coloca um conjunto de questões sobre fatores de risco para a segurança na Europa.
"É por razões económicas, por razões financeiras, sociais, políticas, por razões que têm a ver com o terrorismo, as migrações, refugiados (...) tem a ver com o processo do brexit", questiona o presidente, apontando ainda "o relacionamento com o aliado" americano, como outro dos potenciais fatores de risco para a segurança dos europeus.
Marcelo frisa que os Estados Unidos da América "têm agora, no domínio da guerra comercial, assumido posições nem sempre favoráveis à Europa".
Na segunda sessão de trabalhos, os presidentes vão debater o futuro da Europa, numa altura em que o projeto comunitário se encontra "numa encruzilhada", afirma o Presidente português, considerando que a União Europeia está perante uma situação de urgência em matéria de tomada de decisões.
"Se perdermos ocasião de decidir, em domínios fundamentais, entramos numa terra de incógnita. Atirar [as decisões] para depois das eleições de Maio, é atirar para um Parlamento que não sabemos se não é mais fragmentado, para uma Comissão que não sabemos se não é mais fraca", alertou.
Como desafios no curto prazo, Marcelo nomeou "as eleições europeias, os sistemas de partidos, a aprovação ou não do quadro plurianual para 2021-2027, a existência ou não de uma posição comum, em relação às migrações e aos refugiados, o funcionamento interno e a afirmação da união no mundo".
O fórum dos presidentes do chamado grupo de Arraiolos reúne-se pela 14ª vez, contando com a presença de presidentes da Alemanha, Áustria, Bulgária, Croácia, Estónia, Finlândia, Grécia, Itália, Letónia, Malta, e Polónia, além do Presidente português e o do país anfitrião, a Letónia. No próximo ano a reunião será na Grécia. Portugal voltará a receber o grupo de Arraiolos, em 2020, com um encontro em Lisboa.
O grupo de presidentes que se reuniu pela primeira vez na vila alentejana de Arraiolos, em 2003, por iniciativa do então presidente Jorge Sampaio, viaja hoje para o sul da Letónia para a reunião no Palácio de Rundäle.