
Manuel de Almeida/Lusa
Em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, o Presidente da República lembra os incêndios do ano passado e garante que não se recandidata se enfrentar uma tragédia semelhante até ao final do mandato.
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O Presidente da República não acredita que num futuro aconteça uma nova catástrofe como os incêndios do ano passado. Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa garante que, se vier a ocorrer, já tomou uma decisão - não se recandidata.
"Quando eu avaliar em meados de 2020 o mandato presidencial - portanto, olhar para o passado - e depois também avaliar ou não a existência de um dever de consciência (...) é decisivo", garante o presidente. "Voltasse a correr mal o que correu mal no ano passado, nos anos que vão até ao fim do meu mandato, isso seria só por si, no meu espírito, impeditivo de uma recandidatura".
Na segunda parte da entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, o chefe de Estado referiu ainda que tem feito a sua parte na questão dos incêndios. "Todas as medidas que me foram apresentadas como sendo necessárias foram promulgadas. Acompanharei e acompanho tudo o que entretanto me foi sendo apresentado ou comunimado, e ia sendo feito, para enfrentar a questão", afirma.
Marcelo Rebelo de Sousa garante ainda que Governo e oposição estão atentos e empenhados na prevenção de incêndios. Para o Presidente da República, "o país acordou para o problema e procurou novos meios e novas capacidades de resposta" e, por isso, está hoje mais preparado.
Apesar disso, lembra que não é possível garantir nada. "Há calamidades naturais em relação às quais não é possível dar garantias", defende, "naquilo que dependa da intervenção humana, no plano legislativo parlamentar, no plano político-partidário, no plano governamental, eu tenho a noção de que todos fizeram o que era necessário fazer e era possível fazer neste espaço de tempo".