Presidente reitera a posição de que este processo "deverá poder conduzir a uma paz justa e duradoura assente na solução de dois Estados, Israel e Palestina, ambos reconhecidos por Portugal"
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O Presidente da República saudou, esta quinta-feira, a primeira fase do acordo entre Israel e o Hamas "sobre o regresso de todos os reféns detidos pelo Hamas desde 7 de outubro, incluindo vários de nacionalidade portuguesa".
Numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa congratula-se com "o estabelecimento de um cessar-fogo em Gaza" que permitirá "o fim da destruição e das mortes de civis e a distribuição urgente de ajuda humanitária".
Nesta nota, em que "saúda acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas", o chefe de Estado refere que se está perante um "primeiro passo das negociações em curso, na sequência da iniciativa do Presidente Trump, e do acolhimento de todas as partes envolvidas, designadamente Estados Unidos da América, Israel, Autoridade Palestiniana Egito, Qatar e Turquia".
Marcelo Rebelo de Sousa reitera a posição de que este processo "deverá poder conduzir a uma paz justa e duradoura assente na solução de dois Estados, Israel e Palestina, ambos reconhecidos por Portugal".
O Exército israelita anunciou esta quinta-feira que iniciou os preparativos e está a estabelecer um protocolo para recuar em breve para a linha que foi estabelecida para a primeira fase da sua retirada após acordo.
Esta retirada deverá ocorrer antes de segunda-feira, dia em que Donald Trump anunciou que as milícias de Gaza, lideradas pelo Hamas, vão entregar os reféns mantidos em Gaza.
De acordo com o jornal Haaretz, esta primeira fase da retirada vai garantir que o Hamas localize os reféns, mantidos pelo seu braço armado (as Brigadas Al Qassam), mas também por outros grupos, como a Jihad Islâmica Palestiniana.
De acordo com as autoridades israelitas, dos 48 reféns mantidos em Gaza, cerca de 20 ainda estarão vivos.
Donald Trump anunciou na quarta-feira que Israel e o movimento islamita aceitaram a "primeira fase" do seu plano de paz, que prevê a retirada parcial das tropas israelitas da Faixa de Gaza e a libertação dos reféns ainda vivos em troca de prisioneiros palestinianos.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu o acordo como "um avanço desesperadamente necessário" e apelou para a sua plena implementação, sublinhando que "é uma oportunidade para reconhecer o direito à autodeterminação do povo palestiniano e avançar para uma solução de dois Estados".