Marco António Costa sobre Tancos: "Passámos da farsa para complô para ocultar a farsa"
Presidente da Comissão de Defesa Nacional está "triste e chocado" com as notícias sobre Tancos.
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Marco António Costa admite que, a ser verdade o que foi dito pelo antigo chefe de gabinete do ministro da Defesa, estava enganado ao presumir o desconhecimento do antigo ministro da Defesa, Azeredo Lopes. O presidente da Comissão de Defesa Nacional recebeu, esta tarde, o novo chefe do Estado-maior do Exército e, no final do encontro, assumiu uma desilusão com tudo o que tem vindo a público no caso de Tancos.
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"Agora já passámos da farsa para um complô para ocultarmos a farsa. As notícias que vieram hoje a público, a serem verdadeiras e a confirmarem-se, deixam-me profundamente chocado e triste e, acima de tudo, deixam-me uma preocupação que a comissão de inquérito possa vir apurar a real dimensão desse complô e quem efetivamente faz parte desse complô para ocultar uma farsa", disse o deputado do PSD aos jornalistas.
O social-democrata acrediou que, "ainda que o chefe de gabinete o pudesse saber, poderia ter existido a circunstância de não o ter transmitido ao senhor ministro", mas sublinha agora que, "pelos vistos, estava enganado, a ser verdade o que foi dito pelo chefe de gabinete".
Marco António Costa fala, então, numa queda "da barreira de confiança" a que se estava a "tentar agarrar", o que o leva a crer que, a partir de agora, "tudo é possível".
"Todos os que estiveram envolvidos no complô têm de ser desmascarados, responsabilizados e têm de prestar contas ao país desta situação. Isto é, aliás, o que o Presidente da República tem vindo a exigir", reforçou o social-democrata, recordando que tem pedido "muita atenção para este assunto", tendo em conta a gravidade do assalto a Tancos.
Sobre a conversa que teve com o novo chefe do Estado-maior do Exército, o presidente da Comissão da Defesa disse estar convencido que Nunes da Fonseca está "profundamente empenhado em unir o Exército" e em repor a confiança dos portugueses nas Forças Armadas.