Maria de Belém quer apoio do PS se for à segunda volta, Marcelo distancia-se de PSD e CDS
A candidata às eleições presidenciais Maria de Belém afirmou, em entrevista à SIC, que espera contar com o apoio do PS, partido do qual é militante, na segunda volta das presidenciais. Já Marcelo Rebelo de Sousa considerou hoje que a "recomendação de voto" do PSD e do CDS-PP reforça a sua independência face a esses partidos.
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"Estou convicta de que passarei a uma segunda volta e com uma recomendação à segunda volta", disse Maria de Belém, quando questionada pelos jornalistas sobre se esperava uma recomendação de voto do PS caso seja disputada uma segunda volta das eleições presidenciais de 24 de janeiro de 2016.
Maria de Belém considerou, contudo, que hoje em dia já não faz sentido os partidos políticos darem ou formularem orientação de voto.
"Isso, hoje em dia não se justifica", afirmou, sublinhando que sempre disse que achava bem o PS não se pronunciar no sentido de apoiar qualquer candidato.
Sobre as diferenças entre a sua candidatura e a de Sampaio da Nóvoa, apoiado publicamente por figuras de destaque do PS, Maria de Belém disse que tem o apoio de "muitos socialistas", incluindo presidentes de câmaras e de juntas de freguesia.
Na entrevista, Maria de Belém recordou que é militante do PS há muitos anos e que fez todo o seu percurso político dentro do partido.
"A minha candidatura é uma candidatura de centro-esquerda e eu considerei que devia avançar não só porque muitos militantes socialistas me pediram para o fazer, como considerei que havia um espaço não coberto que a minha candidatura poderia protagonizar", declarou.
A antiga ministra da Saúde explicou também que as "relações com António Costa (atual primeiro-ministro e secretário-geral do PS) estão boas".
Quem também falou esta sexta-feira à noite foi o candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa. Ele comentou pela primeira vez a "recomendação de voto" em si do PSD e do CDS-PP. Marcelo considera que a recomendação reforça a sua independência e demonstra que não existe qualquer "vinculação partidária".
"Aceito os apoios, agradeço os apoios, mas no caso até nem foi sequer um apoio, foi uma recomendação de voto. O que significa que fica reforçada a independência, não há financiamentos, nem dependências de campanhas", afirmou o candidato.
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas à margem da apresentação de um livro de uma associação para a integração de pessoas deficientes, na Amadora, recusou assim qualquer apoio formal do PSD e CDS-PP.
"É verdade que tive uma vida ligada ao PSD e que fui apoiado várias vezes pelo CDS, mas presidente é presidente e será presidente de todos os portugueses, não do PSD ou do CDS", insistiu.