Mariana Leitão: “Chegou a hora de Luís Montenegro decidir se quer ser António Costa”
“O momento das propostas arrojadas é agora e, até agora, nada se viu", critica a nova líder da Iniciativa Liberal
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No primeiro discurso como presidente da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão definiu um destinatário: o primeiro-ministro. As medidas que o Governo apresenta, na opinião da nova líder partidária, “parecem tiradas diretamente do caderno de encargos do PS”, pelo que o primeiro-ministro deve tomar uma decisão: “Chegou a hora de Luís Montenegro decidir se quer ser António Costa”.
“O primeiro-ministro apresentou um conjunto de medidas que parecem tiradas diretamente do caderno de encargos do PS. Subsídios, cheques disto e daquilo promessas vagas de investimento público, tudo menos reformas estruturais, tudo menos coragem política”, acusou.
E daí o desafio de Mariana Leitão, que apela ao Governo que se concentre na reforma do Estado e em libertar o mercado de trabalho. Acena também com as bandeiras de sempre, desde logo, a descida de impostos e nota que os moderados “têm sido derrotados”.
“Quanto mais o centro for sinónimo de imobilismo, mais força ganham as soluções extremistas. Se mais moderados são derrotados pelo mundo fora, é porque muitos deles cruzaram os braços e insistiram na estabilidade sem rumo”, atira, num aviso para os que “querem governar ao centro”, como tem dito Luís Montenegro.
Assume-se ainda como alternativa “que existe, mas exige coragem”: “Dizem-nos que não há alternativa, mas há. Chama-se liberdade, chama-se responsabilidade, chama-se Iniciativa Liberal”.
Para dentro, a nova presidente do partido sublinha que “os nossos adversários não estão aqui, estão no regime instalado, na máquina da estagnação e na cultura do conformismo”. Pede, por isso, que a oposição interna “deixe as disputas” e vire “toda a força para fora”.
Mariana Leitão entrou como candidata na convenção da Iniciativa Liberal e saiu como presidente do partido. A candidata única alcançou 73% dos votos dos congressistas, com 27% de abstenção. Há cinco meses, na convenção de janeiro, Rui Rocha alcançou um resultado idêntico numa disputa com Rui Malheiro.